Patricia Finotti

Banzo ou A Anatomia de um Homem Só, 2016, aquarela e lápis
sobre papel (crédito: João Liberato)

a4&holofote comunicação / Diogo Locci

Com curadoria de Claudinei Roberto da Silva, a exposição “Viver até o fim o que me cabe!” homenageia a trajetória de Sidney Amaral, falecido em 2017, e reúne obras que evidenciam o caráter multidisciplinar do artista.

De 10 de março a 4 de setembro de 2021, o Sesc Jundiaí apresenta a exposição inédita “Viver até o fim o que me cabe!” – Sidney Amaral: aproximação, mostra que homenageia a trajetória do artista Sidney Amaral (1973 – 2017). Com curadoria de Claudinei Roberto da Silva, a exposição reúne trabalhos que transitam entre as linguagens do desenho, da pintura e da escultura, além de cadernos do artista e obras em processo.

Segundo o curador, “‘Viver até o fim o que me cabe’ é uma iniciativa de caráter mais complexo do que o comum, nela vamos lidar com obras que previam e denunciavam as mazelas sociais de um país desigual e racista, além de obras de um acervo que ainda não é exatamente catalogado, nem é minuciosamente documentado e conhecido”.

Sidney Amaral pertenceu a uma geração de jovens artistas afro-brasileiros contemporâneos que trouxeram ao público e à crítica especializada uma produção potente, de qualidade formal, em consonância aos elaborados arranjos conceituais que não dispensam densidade poética.

Entre os objetivos da curadoria está aproximar o público de um recorte da vasta produção deste artista que faleceu precocemente e, também, inserir a obra de Amaral no conjunto de ações que dão visibilidade à produção de artistas afrodescendentes e contribuem para o surgimento e afirmação de uma sociedade mais plural e democrática. A mostra evidencia a versatilidade e competência do artista no emprego de materiais e técnicas diversas, comprometida com um elevado projeto estético e ético.

O curador Claudinei Roberto da Silva reforça que “Sidney Amaral não esteve alheio às urgentes demandas do nosso tempo e não nem se omitiu diante dos problemas que mais diretamente afetam as ‘maiorias minorizadas’ do Brasil, notadamente negras e negros assediados pelo histórico e estrutural racismo, porém o grau de engajamento do artista com essas questões prementes não ofuscou ou tornou secundário seu compromisso com a arte à qual se dedicou com afinco durante sua curta existência”.

Sobre o artista

Nascido de família proletária, na periferia da zona norte da cidade de São Paulo, Sidney Amaral manifestou precocemente seu interesse pela arte. Com intensa atividade desde o final da década de 1990 e um Prêmio Funarte de Arte Negra na bagagem, o artista participou de expressivas mostras nacionais e internacionais, entre as quais Afro Black Identity in America and BrazilLatin America – A contemporary View, Galeria Zane Bennett, Novo México, EUA; Risco 2 – Paisagem, no Sesc Belenzinho e Nova Escultura Brasileira: Heranças e Diversidades, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. Em 2014, participou da 11ª Bienal de Dakar e Histórias Mestiças, no Instituto Tomie Ohtake. Em 2015/16, Territórios: Artistas Afrodescendentes no Acervo da Pinacoteca, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, mesma instituição que abrigou sua última exposição em vida – Metrópole: Experiência Paulistana.

Em 2015, como resultado do Prêmio Funarte de Arte Negra recebido em 2012, apresentou no Museu Afro Brasil sua maior exposição individual: O Banzo, o Amor e a Cozinha de Casa, com curadoria de Claudinei Roberto da Silva. Realizou também a individual Identidade, na Central Galeria de Arte, em São Paulo. No ano de 2016, a individual Objetos Inquietos, na Galeria Tato de São Paulo. Postumamente, sua obra foi apresentada em 2018 na mostra Histórias Afro-Atlânticas, no Museu de Arte de São Paulo e Instituto Tomie Ohtake, e A Vontade Foi Demais, na Galeria Pilar em São Paulo.

Como importante reconhecimento pelo seu trabalho, as obras de Sidney Amaral foram para acervos de relevantes instituições públicas e privadas: Museo de La Solidaridad Salvador Allende, Chile; Museu Afro-Brasileiro, Salvador; Museu Afro-Brasil, São Paulo; Pinacoteca do Estado De São Paulo; Instituto Itaú Cultural, de São Paulo; e o Acervo Sesc de Arte, coleção permanente do Sesc São Paulo.

Sobre o curador

Claudinei Roberto da Silva já assinou a curadoria de projetos como a exposição PretAtitude – Emergências, insurgências e afirmações na arte afro brasileira contemporânea, nas unidades do Sesc Ribeirão Preto, São Carlos, Vila Mariana, Santos e Rio Preto (2018/21); 13ª Bienal Naifs do Brasil, Sesc Piracicaba (2016/17); o simpósio Presença Africana no Brasil, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo (2015); Audácia Concreta as Obras de Luiz Sacilotto, Museu Oscar Niemeyer (2015); O Banzo, o Amor e a Cozinha da Casa, Museu Afro-Brasil (2014), entre outros.

Coordenou também núcleos de educação das exposições Orun, Sesc Carmo (2019); do simpósio Presença Africana no Brasil, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo (2015); A Journey through African Diaspora, do American Alliance of Museums, em parceria com o Museu Afro Brasil e Prince George African American Museum (2014); Museu Afro Brasil (2012/14); Museu da Imagem e do Som de São Paulo (2009/10); e 27ª Bienal de São Paulo “Como Viver Junto” (2007).

Orientações de segurança para visitantes

O Sesc São Paulo retoma, de maneira gradual e somente por agendamento prévio online, a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e no litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal.

Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. A capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até 5 pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de 2 metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.

A entrada na unidade será permitida apenas após confirmação do agendamento feito no portal do Sesc São Paulo. A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade serão obrigatórias. Não será permitida a entrada de acompanhantes sem agendamento. Seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, os fraldários das unidades seguem fechados nesse momento e, portanto, indisponíveis aos visitantes.

Serviço

“Viver até o fim o que me cabe!” – Sidney Amaral: aproximação
Local: Sesc Jundiaí
Período expositivo: 10 de março a 4 de setembro de 2021
Funcionamento: Terça a sexta, das 14h às 20h e sábados das 10h30 às 13h30
Tempo de visitação: 1 hora (limite de até 5 pessoas por sessão)
Agendamento de visitashttps://www.sescsp.org.br/jundiai
Classificação indicativa: 10 anos
Grátis Sesc Jundiaí – Av. Antônio Frederico Ozanan, 6600 – Jardim Botânico, Jundiaí

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