Adriano Braga de Moraes
[…] A câmara é lugar de uma encenação multissensorial: uma caixa de ressonâncias, um palco ritualístico, um quarto de maravilhas (Wunderkammer) onde se guardam ex-votos. Gabinete secreto que se inscreve no visível às cegas, pois que toda imagem é varada pela invisibilidade de um porvir imbuído de a decifrar – Marco Antônio Vieira.
Na sexta feira, 09, as 19 horas, o espaço independente Rumos receberá a exposição A câmara, assinada por Marco Antônio Vieira. Uma exposição com obras escultóricas, videográficas, sonoras e performáticas de Jéssica Caldeira e Victor Prôa.
Rumos é espaço independente, indisciplinado e itinerante, que se organiza a partir de uma metodologia de cartografias de bússolas perdidas, mas de vetores autobiogeorgráficos, visando para tanto atravessar esse cerrado que compõe a nós e a nossa paisagem, buscando forjar por meio dos mais variados procedimentos conceituais, estéticos e técnicos, um processo de pesquisa e de reflorestamento dessa floresta invertida.
Permeada por uma escuta sensível, interessada em aprender fazendo, girando economia locais, afetivas e simbólicas, estamos comprometidos na disputa das futuridades. A construção a várias mãos é trabalho também de decomposição do pensar-sentir práxis científicas e sensíveis que se posiciona mobilizando emoções, gestualidades, processos cognitivos e intuitivos, inconclusos, abrindo brechas mato adentro.
Nos pretendemos, nesse cenário distópico de fim de mundo inadiável, denuncismo de estruturas cercárias e velhas, invenção de espaços de subsistências insubordinadas aos mapas cognitivos da colonialidade, catalisando pelo sensível outros mecanismos perceptivos e invisíveis de intervenções no imaginário coletivo, tensionando e friccionando questões históricas, tramando desvios, rotas de fuga.
Serviço
Rumos recebe exposição intitulada A câmara
Endereço: Rua 90 – A número 184, Setor Sul, Goiânia – GO.