Patricia Finotti

Cineasta percorreu Índia e Nova Iorque para mostrar os 10 anos em que o renomado fotógrafo Michael O’Neill passou registrando grandes mestres e gurus da yoga

O primeiro documentário do cineasta brasileiro Heitor Dhalia, On Yoga: The Architecture of Peace, estreou na última sexta-feira no Raindance Film Festival em Londres. Dedicado ao fomento e promoção de filmes independentes em todo o mundo, a 25ª edição do evento mostrou em primeira mão o novo filme de Dhalia, que já foi nomeado entre os cinco documentários favoritos do festival e concorre ao prêmio de melhor filme da categoria.

On Yoga: The Architecture of Peace é baseado no livro homônimo do renomado Michael O’Neill. Juntos, cineasta e fotógrafo, percorreram a Índia e Nova Iorque para filmarem gurus da yoga, numa viagem que conta a história dos dez anos em que O’Neill passou fotografando esses grandes mestres. O filme foi idealizado como uma extensão profunda da obra original, ao colocar questões humanas a partir da perspectiva atual e misturá-la com elementos de movimento e som experimental, resultando em uma nova visão da arte da yoga. Em uma coprodução Brasil-Estados Unidos, a produção do documentário é assinada pela Paranoid, Urso Filmes e Michael O’Neill Studio.

No início de 2016, Dhalia e O’Neill viajaram juntos para conduzir entrevistas com gurus e mestres da yoga em várias partes da Índia, incluindo o Festival Internacional de Yoga em Rishikesh, bem como o Mela Festival Kumbha, em Haridwar. Em junho do mesmo ano, finalizaram as filmagens do documentário em Nova Iorque, onde conversaram com grandes pensadores, médicos indianos e americanos, além de professores iogues.

“O mundo vive grandes conflitos, existem muitas perguntas a serem respondidas. Será muito interessante ouvir o que os grandes mestres têm a dizer sobre tudo isso, sobre a vida e a espiritualidade. A obra do Michael é o melhor livro de fotografia do mundo já feito sobre a yoga”, comenta Heitor Dhalia. “Quando o Alcir Lacerda Filho, produtor da Urso Filmes, me convidou para o projeto fiquei muito empolgado em ir mais a fundo nesse universo. O filme é visualmente muito interessante e traz discussões filosóficas e contemporâneas muito importantes”, completa o cineasta.

Michael O’Neill é um dos fotógrafos mais respeitados do mundo. Depois de uma carreira de 35 anos carregando sua câmera, torcendo seu pescoço e comprometendo a sua postura, ele precisou passar por uma cirurgia em sua coluna vertebral. O procedimento, no entanto, resultou na paralisia do seu braço direito. O’Neill poderia ter aceitado o destino e o fim de sua carreira, mas escolheu outro caminho: estudar meditação, usar hidroterapia para recuperar o movimento e a yoga para equilibrar o sistema nervoso. Após um ano, ele foi capaz de mover seu braço novamente. Foi assim que a yoga e a meditação tornaram-se indispensáveis em sua vida, começando essa jornada. (Mariana Novaes)

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