Em “Paisagens da Floresta”, OSM e Coro interpretam Icamiabas, composição que aborda mítica indígena do Amazonas, com participação da soprano Marly Montoni, do violoncelista Rafael Cesário e do Coro Lírico; espetáculo marcado para os dias 20, 21 e 22 de agosto terá abertura de grupo com ritual de danças e cantos e projeção de obras do artista Ibã Huni Kuin; ingressos já estão à venda pela internet e custam a partir de R$ 10
O Theatro Municipal de São Paulo segue de portas abertas às novas linguagens artísticas que se destacam pela diversidade, ampliando a sua programação com a série Novos Modernistas, que envolve os corpos artísticos da casa. Neste mês, a Orquestra Sinfônica Municipal (OSM) e o Coro Lírico apresentam o concerto Paisagens da Floresta, que marca a première da cantata concertante Icamiabas, do compositor brasileiro João Guilherme Ripper (1959) na cidade de São Paulo, com participação de grupo indígena da comunidade Kariri-Xocó, se apresentando pela primeira vez no palco do Theatro Municipal. Os ingressos custam de R$ 10 a R$ 60 (inteiras) e devem ser adquiridos exclusivamente no site do Theatro .
Para interpretar a obra que João Guilherme Ripper escreveu para soprano e violoncelo, acompanhados por orquestra de cordas e coro feminino, a Sinfônica Municipal, em formação reduzida e sob regência de Roberto Minczuk, recebe a cantora Marly Montoni (soprano) e o celista Rafael Cesário. “É importantíssimo que a OSM, a orquestra oficial da cidade de São Paulo, desempenhe cada vez mais o seu papel de realizar grandes estreias musicais na cidade, ainda mais quando se trata de um dos mais importantes compositores brasileiros da atualidade e um tema essencial para toda a sociedade”, destaca Minczuk.
A música, com texto do paraense Paes Loureiro, autor do poema Romance das Icamiabas, refere-se às míticas guerreiras do Amazonas que habitavam as margens do Rio Nhamundá e constituíam uma tribo exclusivamente feminina. Nesta composição vocal-instrumental de Ripper, que também é professor e atual presidente da Academia Brasileira de Música, o termo “concertante” refere-se à escrita virtuosística da parte de violoncelo, que representa o elemento masculino no texto. O naipe feminino de vozes do Coro Lírico também se junta à Orquestra e aos solistas neste enredo que une as Icamiabas aos índios Guaracis para celebração de Jaci, a Lua, na noite da fertilidade que acontecia na serra Yacy-taperê (serra da lua). Ao amanhecer, as Icamiabas mergulhavam até o fundo do lago Yacy-uaruá (espelho da lua) para trazer o barro esverdeado com o qual modelavam muiraquitãs, que eram oferecidos como amuletos aos seus parceiros.
No dia 18, quarta-feira, Guilherme Ripper participa de um bate-papo virtual com a antropóloga indígena Julie Dorrico, escritora, pesquisadora e doutoranda em Teoria da Literatura na PUCRS. Mediado por Magda Pucci, musicista e diretora do grupo Mawaca, a live busca abordar a importância do encontro da música erudita com a pesquisa antropológica, o canto e os saberes tradicionais indígenas e o processo de construção do programa Paisagens na Floresta. Mais informações sobre o bate-papo podem ser encontradas nos canais oficiais do Theatro Municipal de São Paulo no Facebook e Instagram .
Indígenas no palco do Municipal
Para a abertura do espetáculo Paisagens da Floresta, que terá direção cênica de Cristiane Paoli Quito, o grupo Warakdzà, da comunidade indígena Kariri-Xocó, sobe ao palco do Theatro Municipal de São Paulo pela primeira vez para apresentar suas tradições de canto, dança e brincadeiras. Formado por 15 integrantes – sendo nove homens e seis mulheres -, eles interpretam o Toré, uma música tradicional da etnia carregada de ritual mágico-espiritual que envolve performance corporal e música, unindo dança, religião, luta e brincadeiras.
Os Kariri-Xocó vivem na região do baixo São Francisco, no município de Porto Real do Colégio, em Alagoas, e atualmente existe uma comunidade urbana da etnia que migrou para a zona norte de São Paulo, capital. Logo na sequência, antes ainda de Orquestra, solistas e Coro subirem ao palco, tem a exibição de uma projeção com obras do artista indígena Ibã Huni Kuin, com seu depoimento e canto que também serão apresentados ao público.
As apresentações presenciais no Complexo Theatro Municipal de São Paulo, abertas ao público, estão sendo realizadas com capacidade reduzida de até 30% da casa como medida para garantir a segurança das pessoas com o distanciamento entre os assentos. O Theatro também segue todas as diretrizes das orientações do Plano São Paulo e da Prefeitura Municipal de São Paulo. Para assistir às apresentações dos grupos artísticos do Theatro Municipal de São Paulo, é necessário seguir os protocolos de segurança estipulados no Manual do Espectador , disponível no site da instituição.
Programa
Novos Modernistas – ‘Paisagens da Floresta’
20/8, sexta-feira, 19h
21/8, sábado, 17h
22/8, domingo, 11h
Sala de Espetáculos, Theatro Municipal de São Paulo
21/8, sábado, 17h
22/8, domingo, 11h
Sala de Espetáculos, Theatro Municipal de São Paulo
CRISTIANE PAOLI QUITO, direção cênica
Participação especial: Toré com indígenas Kariri-Xocó e Ibã Huni Kuin
Participação especial: Toré com indígenas Kariri-Xocó e Ibã Huni Kuin
Orquestra Sinfônica Municipal
Coro Lírico
ROBERTO MINCZUK, regência
Marly Montoni, soprano
Rafael Cesário, violoncelo
Marly Montoni, soprano
Rafael Cesário, violoncelo
JOÃO GUILHERME RIPPER
Icamiabas – Cantata Concertante (22 minutos)
Icamiabas – Cantata Concertante (22 minutos)
Ingressos R$ 60 a R$ 10
Classificação: Livre
Duração Total: 50 minutos, aproximadamente
Classificação: Livre
Duração Total: 50 minutos, aproximadamente
Serviço
Bilheteria: em função da pandemia de Covid-19, a bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo está fechada por tempo indeterminado. Venda de ingressos exclusiva no site do Theatro Municipal de São Paulo.
Manual do Espectador e Informações sobre os protocolos sanitários do Complexo Theatro Municipal: veja os protocolos de segurança do Theatro Municipal em nosso site.
Theatro Municipal de São Paulo: Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Sé – próximo à estação de metrô Anhangabaú.