Jornalismo Basileu França
Encenação celebra os 50 anos da morte do compositor russo Igor Stravinsky
A Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (OSJG), juntamente com a área de Dança e Teatro da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França, promovem, na próxima quinta-feira (10), às 20h, o concerto-espetáculo “A História do Soldado”. O evento online será apresentado diretamente do Teatro Goiânia, sem a presença de plateia, e transmitido ao vivo pelo canal youtube.com/user/orquestrajovemgoias.
A direção musical será do maestro titular e diretor artístico da OSJG, Eliel Ferreira. Já a direção cênica será do ator, diretor e professor Hélio Fróes. Participam também, além dos músicos da Orquestra, os alunos do Corpo Cênico Basileu França, Adan Sousa, como narrador; Vinícius Morais, que interpretará o soldado; e Rafael Freitas, que atuará como diabo. A bailarina do Balé do Teatro Escola Basileu França, Nathália Nascimento, interpretará a princesa.
“A História do Soldado” é um espetáculo cênico-musical composto pelo compositor russo Igor Stravinsky, em 1917, mas que foi lançado pela primeira vez em 1918, no período pós Primeira Guerra Mundial. A peça foi composta a partir do texto do escritor suíço Charles-Ferdinand Ramuz, baseado em contos populares russos, selecionados por Alexander Afanássiev.
De acordo com Eliel Ferreira, este é um espetáculo que o próprio Stravinsky afirmou ter sido feito para tocar, encenar e dançar. “Está sendo uma produção muito bacana. É uma peça do repertório extremamente difícil e está sendo um desafio para mim e para os músicos, mas os meninos estão se saindo maravilhosamente bem”, comenta.
A peça busca expressar o que o ser humano é capaz de fazer por conta de seus desejos, vaidades e sede de poder, por meio da história de um soldado que vende sua alma ao diabo, simbolizada pelo único bem de valor que o protagonista possui: seu violino. Os instrumentos utilizados representam as personagens que fazem parte da história.
O enredo, pensado para três atores (soldado, diabo e princesa), conforme mencionado, foi também elaborado para sete instrumentos, sendo: violino, contrabaixo, fagote, corneta, trombone, clarinete e percussão. Segundo o maestro, devido ao fato de a Europa estar dizimada no pós-guerra, o formato camerístico tornou-se o ideal. “Então, a maneira de se fazer música, de ser uma música que poderia ser tocada em qualquer ambiente, foi justamente utilizar um grupo de câmara”, afirma.
Eliel Ferreira comenta que esta será a primeira vez que a OSJG e as áreas de Dança e Teatro do Basileu França apresentarão o concerto-espetáculo. Também será a estreia da peça na cidade de Goiânia (GO). “Neste ano comemora-se 50 anos da morte do grande compositor russo (Stravinsky), que teve uma influência enorme na música do século XX e do século XXI. A experiência está sendo a mais enriquecedora possível. É um prazer trabalhar com esses músicos, atores e dançarina talentosos. Poder realizar um desafio desse porte, que grandes orquestras e teatros do mundo realizam, em um teatro-escola, que é o Basileu França, utilizando talentos apenas da Escola, é uma alegria muito grande e mostra o talento e a seriedade que os professores e os alunos trabalham na instituição”, relata.
O professor Hélio Fróes conta que o roteiro está sendo seguido à risca, com um pouco mais de ousadia na encenação, deixando-a, assim, mais poética, visual e moderna. “É uma honra poder auxiliar o maestro Eliel Ferreira na direção, colocando todo o histórico do Corpo Cênico nesse trabalho conjunto. É a primeira vez que estou nesse processo e eu estou aprendendo muito, graças também aos alunos que estão envolvidos e estão se dedicando 100% nesse trabalho”, comenta.
O percussionista da OSJG, Bruno Andrade, expressa a satisfação em participar do projeto. “Está sendo muito gratificante. Até porque, essa é uma das primeiras obras escritas para percussão múltipla (conjunto de vários instrumentos de percussão) a serem escritas. Para a época, essa montagem não era comum. Torna-se um marco importante na minha vida como músico”, ressalta.
Por sua vez, a bailarina Nathália Nascimento complementa sobre a grandiosidade do espetáculo. “Está sendo uma experiência muito bacana de poder trazer essa leveza da dança junto com a personagem, que é leve, ingênua e traz essa doçura para dentro da história, que é uma história muito instigante, cenicamente. Stravinsky é um gênio e está sendo muito importante representar essa personagem”, afirma.
Serviço
Orquestra, Dança e Teatro do Basileu França apresentam o espetáculo “A História do Soldado”
Data: 10 de junho
Horário: 20h