Patricia Finotti

Garatujá, 1978, Marcelo Nitsche (Acervo do Metrô)

a4&holofote comunicação / Laura Jabur 

Patrocinada pela Bombril, iniciativa prevê a recuperação de 21 obras de artistas emblemáticos da arte brasileira. Ação já passou por obras nas estações Clínicas, Trianon-MASP, Santos Imigrantes, Paraíso, Jardim São Paulo, Tiradentes e deve se estender até abril de 2021

Esculturas, murais e painéis, trabalhos de nomes emblemáticos da arte contemporânea brasileira e instalados no Metrô de São Paulo estão passando por um minucioso processo de limpeza, conservação e proteção. São 21 obras de artistas como Cláudio Tozzi, Denise Milan, Francisco Brennand, Geraldo de Barros e Gilberto Salvador, criações que hoje trazem marcas ocasionadas pelo tempo e por intempéries diversas. Com patrocínio da Bombril, apoio do ProAC e da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, o projeto é idealizado pelo produtor Eduardo L. Campos e realizado em parceria com o escritório Julio Moraes Conservação e Restauro .

Atualmente, as ações estão sendo realizadas em 5 obras de arte na Estação República até 19 de fevereiro: Resíduos e Vestígios – Século XXI (duas instalações), de Luiz Hermano; Vitrine/Capsula – Bené Fonteneles; Luz da Matéria, de Xico Chaves; e Grande Cocar, de Roberto Mícoli. Posteriormente, de 22 de fevereiro a 26 de março, o processo parte para a Estação da Sé (Escultura Sem título, de Alfredo Ceschiatti; Colcha de Retalhos, mural de Claudio Tozzi; Garatuja, escultura de Marcello Nitsche), e Pedro II (Figuras Entrelaçadas, escultura de Antonio Cordeiro).

O cronograma de conservação ainda contempla as obras das estações Clínicas (Jogos de dados, painéis de Geraldo de Barros), Vila Madalena (Homenagem a Galileu Galilei II, escultura de Cleber Machado), Santuário Nossa Senhora de Fátima – Sumaré (escultura Sem título, de Caito), Tucuruvi (A Semente, escultura de Renato Brunello.

A ação teve início na Estação Clínicas com a conservação da instalação O Ventre da Vida, de Denise Milan e Ary Perez. Logo em seguida, a equipe migrou para as estações Trianon-MASP, Santos Imigrantes e Paraíso com a conservação das obras Pássaro Rocca (1990) de Francisco Brennand, Esfera (2009), de Marcos Garrot, O Equilíbrio (1989) e A Semente (1996), de Renato Brunello, e o painel O Paraíso (1995), de Betty Millan. A iniciativa também passou pelas obras Voo de Xangô, de Gilberto Salvador, e Construção de São Paulo, de Maria Bonomi, ambas na Estação Jardim São Paulo; Série Orgânica, de Akinori Nakatani, na Estação Tiradentes .

Cada trabalho receberá cuidados específicos, feitos de acordo com o estado de preservação, e ao final do processo a obra receberá uma camada protetora, que prolonga o período de proteção, e facilita limpezas futuras. O processo deve se estender até abril de 2021.

O longo processo de recuperação, com todos os detalhes da ação, será registrado por meio de fotos e vídeos, em um catálogo digital e impresso e ainda no documentário Conservação das Obras de Arte do Metrô. Ambos serão apresentados e distribuídos gratuitamente ao público no término do projeto.

A missão do projeto converge com a cultura da Bombril, que há 72 anos é uma grande aliada dos brasileiros, oferecendo uma linha completa de produtos de higiene e limpeza para casa e para o cuidado com as roupas. O Metrô de São Paulo é uma referência mundial, motivo de orgulho para os paulistanos, e contribuir para conservação das obras de arte ali instaladas é, para Bombril, um modo de valorizar a cultura e memória do Brasil.

“Para além de prolongar a vida destas obras, o projeto chama a atenção para a existência da arte no dia a dia das pessoas que transitam pelo Metrô de São Paulo. O papel da arte e sua relevância para sociedade serão reafirmados no mundo pós-pandemia. Essa ação é um presente que oferecemos à São Paulo”, diz Eduardo L. Campos, diretor da Sequoia Produções.

A recuperação das obras de arte de São Paulo corresponde a um projeto recorrente, iniciado em 2018, que já entregou 41 esculturas conservadas. O projeto conservou nove esculturas da Praça da Sé. Entre os destaques, Abertura (1970), escultura em aço de Amilcar de Castro; Emblema de São Paulo (1979), de Rubem Valentim, O Voo, de Caciporé Torres e ainda uma obra de extrema importância para a capital: o Marco Zero da cidade, prisma hexagonal revestido de mármore e bronze, idealizado por Jean Gabriel Villin e Américo Neto e instalado no centro geográfico de São Paulo. Esta última, passou duas vezes pelo processo de conservação por conta de um acidente que ocorreu na Praça antes do aniversário de 465 anos de São Paulo, em 2019

No Parque Trianon, na Avenida Paulista, foram conservadas três emblemáticas esculturas: Fauno (1944), de Victor Brecheret; Anhanguera (1935), de Luís Brizzolara; e Busto de Joaquim Eugenio de Lima (1952), de Roque de Mingo.

A última etapa foi concluída em junho de 2019, com a recuperação das 30 obras do Jardim de Esculturas do MAM São Paulo, no Parque Ibirapuera, um dos principais acervos brasileiros expostos a céu aberto. São monumentos projetados por importantes nomes da cena contemporânea do País, com obras como Aranha (1981), de Emanoel Araújo; Carranca (1978), de Amilcar de Castro; Sete ondas – uma escultura planetária (1995), de Amelia Toledo; Cantoneiras (1975), de Franz Weissmann; e Corrimão (1996), de Ana Maria Tavares.

As primeiras etapas do projeto podem ser conferidas no documentário Conservação de Esculturas em Espaços Públicos na cidade de São Paulo, disponível no YouTube .

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