Um mergulho intenso nos processos desenvolvidos pelo diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro, Augusto Pinto Boal. É isso o oferece ao leitor o livro “Cultura de Augusto Boal – Processos constitutivos de teatro e educação”, do professor, doutor e escritor Antonio Luis de Quadros Altieri.
A publicação, lançada em março pela Paco Editorial, faz um verdadeiro resgate histórico da vida e obra do fundador do Teatro do Oprimido, que traz como principal característica a arte a serviço da verdadeira e efetiva inclusão social. Na visão do autor da publicação, ao utilizar o teatro como ferramenta de trabalho político, social, ético, contribuindo de forma essencial para a transformação da sociedade, Boal, uma das principais lideranças do Teatro de Arena de São Paulo, perseguiu as difíceis empreitadas que são referidas por Theodor Adorno (1903-1969), filósofo e sociólogo alemão que também dedicou a vida ao entendimento dos processos de formação do homem na sociedade; e Frantz Fanon, psiquiatra, filósofo e ensaísta francês, influente pensador sobre temas da descolonização e da psicopatologia da colonização.
Com 22 livros publicados e traduzidos em mais de vinte línguas – com suas concepções estudadas nas principais escolas de teatro do mundo -, Boal exerceu a função de artista como intelectual e tratou o teatro como arte marcial e como revolucionária. Assim, também, o fez com relação à Educação. Em ambos, o vínculo se estabeleceu por conta das intenções declaradas de conscientização, em oposição à alienação, para a cidadania com desopressão e emancipação.
O alcance dos seus pensamentos e prática ganhou o mundo, principalmente quando ameaçados de serem amordaçados pelos militares brasileiros, logo após a sua prisão e durante o longo exílio na América do Sul. No Brasil, suas ideias ganharam abrigo e foram aplicadas com êxito, gerando benefícios em diversas áreas, da saúde mental ao sistema penitenciário. Também na Europa, nas Américas, na África e Oceania, em Israel e no Líbano: há grupos de Teatro do Oprimido espalhados por todo o mundo.
Boal, que contribuiu de forma categórica para a criação de um teatro nacional com voz e rosto verdadeiro, graças a uma série de produções de sucesso no teatro, transformou o cerceamento de sua liberdade na ampliação de sua prática e no aprofundamento de suas ideias teatrais. Dessa forma, o livro busca captar o pensado como vivido e o vivido em pensamento, enfim, as estruturas de sentimento que cercaram as descobertas e intervenções desse que é apontado como uma das principais figuras do teatro contemporâneo mundial. (Hayai Assessoria de Imprensa e Comunicação)