Patricia Finotti

Consultor do Ministério da Saúde visitou Ucin da unidade e aprovou emprego do programa voltado ao tratamento e acompanhamento dos recém-nascidos

Foto 4 - Método Canguru teve o nome inspirado na posição em que ficam os filhotinhos de canguru, que são carregados na barriga da mãe
Método Canguru teve o nome inspirado na posição em que ficam os filhotinhos de canguru, que são carregados na barriga da mãe

O Hospital Materno Infantil (HMI) recebeu placa que oficializa a unidade como referência na atenção especializada à mãe e ao bebê prematuro. Durante solenidade realizada ontem, quinta-feira (14 de julho), o consultor do Ministério da Saúde, Sérgio Marba, concedeu o título à unidade. A cerimônia atestou a prática que já era estratégia dentro do hospital antes de a metodologia se transformar em política pública de saúde. Em visita realizada na quarta-feira (13 de julho), Marba conheceu de perto a aplicação da assistência prestada aos recém-nascidos internados na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional (UcinCO) e Ucin Canguru (UcinCA).

A notícia foi comemorada pelas diretoras geral e técnica do hospital, Fabiana Negri e Sara Gardênia, respectivamente. “Estamos muito felizes. Estamos em busca do aprimoramento do trabalho desempenhado no HMI. O esforço e atenção da equipe foram primordiais para essa conquista”, afirmou Negri. Para Sara, o título reforça a vontade de melhorar ainda mais a assistência prestada dentro da unidade. “Continuaremos em alerta para salvar vidas e oferecer o melhor atendimento, especialmente para os prematuros que precisam de um cuidado diferenciado”, pontuou.

No hospital, Marba constatou aplicação do programa voltado ao tratamento e acompanhamento de bebês prematuros no HMI. A avaliação incluiu análise da segurança técnica da atuação profissional, condições hospitalares adequadas, da execução dos cuidados prestados e também entrevista com os profissionais de saúde envolvidos. Segundo o consultor, o trabalho no HMI começou há dois anos – período em que o hospital passou por adaptações. “Durante a avaliação, eu verifiquei bastantes melhorias. É um processo em construção. A certificação não para hoje, mas começa agora porque é algo contínuo”, disse Sérgio. Ele explicou que o título projeta a unidade como um centro de referência estadual. “É um hospital modelo para esse método. Assim, pode divulgar a metodologia e receber pessoas para fazer treinamento”, detalhou.

O anúncio foi realizado após roda de conversa no auditório do HMI com os tutores do método no estado e de colaboradores do hospital sobre os benefícios do método Canguru. O envolvimento e sensibilização da equipe são imprescindíveis para a aplicação do programa e melhoria dos indicadores de qualidade assistencial. Isso envolve, de acordo com a coordenadora estadual do Método Canguru e neonatologista do HMI, Maria Bárbara Franco, a inclusão da família no ambiente hospitalar. “Eles são estimulados a participar do cuidado do bebê, que deve ter o contato pele a pele com a mãe. Essa estratégia o faz ganhar mais peso, se manter estável, aumenta a competência dos pais no cuidado com a criança, estimula o aleitamento materno, diminui infecção hospitalar porque o recém-nascido fica colonizado com as bactérias da mão e favorece a desospitalização”, frisou.

A eficácia do método Canguru é baseada em estudos científicos. A médica reforça que dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que se 95% das intervenções do método Canguru for aplicada, a redução de morte de prematuro chega a 48%. Por isso, a orientação sobre a estratégia começa durante o pré-natal. Na unidade, a metodologia é aplicada com regularidade pelo fato de ser referência para gestação de alto risco o que significa nascimentos de muitos prematuros. Somente entre 2014 e 11 de julho de 2016, nasceram 2.298 prematuros no HMI.

O método Canguru é o nome mais comum para a chamada Norma de Atenção Humanizada ao Recém‑nascido de Baixo Peso, instituída no ano 2000. A medida tem como proposta contribuir para a mudança de postura dos profissionais, visando à humanização da assistência ao recém‑nascido. Com viés humanizado do atendimento, a estratégia engloba o protagonismo e responsabilidade da equipe assistencial, que deve promover a aproximação entre a mãe e o bebê com o objetivo de fortalecer o vínculo afetivo durante os cuidados intensivos e garantindo o alojamento conjunto. Além disso, os profissionais devem incentivar o estímulo ao reflexo de sucção ao peito devido à importância do aleitamento materno e para a contratilidade uterina e também o acesso aos cuidados especializados necessários para a atenção ao recém‑nascido em risco.

Qualidade – Referência estadual em atendimento de casos de média e alta complexidade nas áreas da saúde da mulher e da criança, o HMI coleciona outras premiações. A unidade mantém programas de saúde voltados para a atenção integral de mulheres e crianças há décadas. Em 1999, foi certificado como “Hospital Amigo da Criança” por promover e estimular o aleitamento materno. O título, que é concedido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Unicef, foi renovado em 2012. Nesse mesmo ano, o hospital foi habilitado pelo Ministério da Saúde como Unidade de Assistência de Alta Complexidade à Gestante de Alto Risco.

Histórico – O Método Canguru foi inicialmente idealizado na Colômbia no ano de 1979, no Instituto Materno Infantil de Bogotá, pelos Dr. Reys Sanabria e Dr. Hector Martinez, como proposta de melhorar os cuidados prestados ao recém‑nascido pré‑termo naquele país, visando reduzir os custos da assistência perinatal e promover, através do contato pele a pele precoce entre a mãe e o seu bebê, maior vínculo afetivo, maior estabilidade térmica e melhor desenvolvimento. (Bastidores – Assessoria de Comunicação)

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