Patricia Finotti

Bastidores Comunicação / Marilane Correntino 
A ação  visa a segurança materna, preparando os profissionais para lidar com emergências obstétricas de forma eficiente e integrada, contribuindo para a redução de mortes evitáveis. O compromisso do Brasil é reduzir a taxa de mortalidade materna para 30 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030

O Hospital Estadual da Mulher Dr. Jurandir do Nascimento (Hemu) promoveu, nos dias 18 e 19 de outubro, uma capacitação voltada para o manejo da hemorragia obstétrica, seguindo as diretrizes da estratégia “Zero Morte”, um programa que visa reduzir a morbimortalidade materna. A ação faz parte da Educação Permanente da unidade e teve como público-alvo médicos e profissionais da enfermagem, alinhando-se às diretrizes do Ministério da Saúde/IFF, que estabeleceu dez passos para o cuidado obstétrico seguro.

O treinamento foi conduzido pelo ginecologista e obstetra João Lino Borges, que abordou os pilares do sistema obstétrico, incluindo: prontidão para emergências, reconhecimento precoce dos riscos, resposta imediata e eficaz, além da importância de uma comunicação clara e constante para promover aprendizado contínuo.

Durante a capacitação, o especialista destacou a relevância do trabalho integrado entre os profissionais e a estruturação de equipes de resposta rápida. Um dos pontos enfatizados foi a adoção de estratégias de comunicação efetiva, como a técnica SCAR (Situação, Contexto, Ação e Resultado);  CALL OUT (chamado, verbalização em voz alta); comunicação em alça fechada ( técnica que permite confirmar se o interlocutor entendeu as informações transmitidas) e Handoff (repassar, transferir) que reforçam procedimentos de segurança e comunicação assertiva no ambiente obstétrico.

Diagnóstico e manejo preciso da hemorragia
A capacitação também incluiu treinamento para o diagnóstico e estimativa da perda sanguínea, com orientações sobre a pesagem de compressas e outros métodos de monitoramento da hemorragia. Esses procedimentos são fundamentais para garantir que intervenções sejam realizadas com precisão e rapidez, evitando desfechos adversos. Segundo João Lino, sem monitoramento materno adequado, não há diagnóstico.

De acordo com  a enfermeira obstetra Diala Máximo,  apoiadora do IFF (Instituto Fernandes Figueira), na Estratégia dos 10 Passos da Redução da Morbimortalidade Materna essa ação é de extrema importância. “Essa capacitação realizada nos  dois dias, no Hemu, é fundamental para que possamos fortalecer o controle da hemorragia e evitar causas de morte materna”, pontuou a enfermeira.  “Esse treinamento é importante aqui na assistência do Hemu, porque nós somos uma unidade terciária. A  hemorragia é a segunda causa de morte materna no Brasil, em Goiás e no mundo. Então, a capacitação da equipe dentro do projeto de 10 Passos vai contribuir para a redução da mortalidade, que é um dos objetivos de desenvolvimento sustentável assinado pelo Brasil, que é a meta de reduzir a taxa de mortalidade materna até 2030. O Hemu está se mobilizando nas tratativas para  essa redução, seja na  elaboração de protocolos, capacitação da equipe técnica, capacitação permanente dos profissionais de saúde e implementações de estratégias e insumos para redução de mortalidade dentro da unidade”, destacou o médico João Lino.

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