Patricia Finotti

(crédito: Ruy Teixeira)

Ananda Petineli

Completando seu primeiro ciclo em maio, Cerrado Galeria celebra o sucesso de novos artistas representados, rememora sua história e reitera seu compromisso com o cenário cultural e artístico local, nacional e internacional

Neste mês de maio, a Cerrado Galeria completa o seu primeiro ano na capital goiana. A Cerrado chegou a Goiânia no dia 04 de maio de 2023 e, desde então, foram mais de 10 exposições, que vêm contribuindo cada vez mais com o crescimento do cenário artístico e cultural da cidade.
O espaço é fruto da sociedade entre três galeristas com mais de 30 anos de atuação no mercado de arte: Antônio Almeida e Carlos Dale, sócios-fundadores da Almeida & Dale Galeria de Arte, em São Paulo, e Lúcio Albuquerque, sócio-fundador da Casa Albuquerque, agora também Cerrado, em Brasília. A Cerrado tem como missão conferir visibilidade nacional à produção local e apresentar novos e consagrados artistas na região, contribuindo, assim, para estimular e valorizar a cultura por meio da arte.
Lúcio Albuquerque explica que a percepção da riqueza do estado de Goiás, aliada ao boom imobiliário vivido na capital, impulsionou a vinda da galeria a Goiânia. Além disso, a Cerrado propôs para a cidade um projeto inédito, voltado para a expansão nacional de divulgação dos artistas. “Além da sustentação dos artistas da região que trabalham conosco, nossa intenção sempre foi promover um rico intercâmbio, tanto trazendo para Goiânia trabalhos que entendemos serem relevantes quanto transgredindo os limites da capital e levando para fora os artistas que representamos”, afirma.

Grande diferencial
O local que abriga a Cerrado em Goiânia é uma casa modernista na Rua 84, no Setor Sul, projetada por David Libeskind, cujos azulejos originais foram conservados a fim de preservar esse marco da arquitetura goiana que já abrigou a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Goiás (IPHAN-GO). A escolha do espaço foi, de acordo com Lúcio, uma das decisões mais assertivas para o crescimento da galeria no último ano.
“Resgatar uma casa icônica no centro da cidade implica não apenas em nortear uma nova ocupação, mas também aproximar a arte das pessoas, convidando-as a ter outro olhar para a manifestação cultural e arquitetônica de Goiânia. Não tenho a menor dúvida de que a escolha deste local para a Cerrado foi determinante para o sucesso do nosso projeto”, garante o sócio.

Representação e visibilidade
Hoje, a Cerrado Galeria representa e exibe obras de cerca de 20 artistas, entre eles: Adriana Vignoli, Amilcar de Castro, Dalton Paula, Estêvão Parreiras, Evandro, Ieda Jardim, José Bento, Kboco, Luiz Mauro, Manuela Costa Silva, Mateus Dutra, Matias Mesquita, Miriam Inez, Paulo Pires, Raylton Parga, Siron Franco e Talles Lopes. Para Estêvão Parreiras, o espaço tem contribuído para a manutenção, refinamento e visibilidade do mercado de arte local, fortalecendo artistas de diferentes gerações do estado de Goiás.
“A galeria tem dado visibilidade ao meu trabalho a partir de inserções em excelentes coleções, exposições coletivas e participações em grandes feiras de arte, como a Rotas Brasileiras/SP-Arte 2023, SP-Arte 2024 e, ainda neste mês de maio, uma exposição simultânea com o artista Paulo Pires (MT), na Cerrado Galeria de Brasília/DF. A parceria com a Cerrado Galeria tem sido de enorme importância para o meu crescimento como artista visual, pois ela apresenta uma profissionalização necessária para o desenvolvimento de carreira e pesquisas dos artistas representados”, afirma Estêvão.
Manuela Costa Silva reitera que a Cerrado tem tido um papel fundamental em destacar Goiânia tanto no contexto histórico quanto contemporâneo da arte regional e nacional, congregando produções antigas e atuais. A artista assegura que, ao fornecer uma experiência cultural concreta e próxima ao público, “a galeria contribui para que a capital esteja dentro do circuito artístico nacional”.
Assim como Estêvão, Manuela conta como a galeria tem contribuído para o seu crescimento por meio das feiras de arte e exposições. “A Cerrado Galeria tem me dado oportunidades e reconhecimento profissional, ao abrir caminhos para que o meu trabalho alcance diversos agentes da arte, colecionadores, curadores, artistas e o público em geral. Dessa forma, com o aporte da galeria, tenho passado pelo processo privilegiado e raro de conseguir crescer nessa profissão tão sonhada e tão difícil”, declara Manuela.

Futuros projetos
Para este ano, Lúcio Albuquerque conta que os planos são intensificar o número de exposições anuais e inaugurar a nova sede da Cerrado Galeria na capital federal, prevista para o segundo semestre – o que deve intensificar as trocas de trabalhos entre as praças Goiânia-Brasília. Além disso, o objetivo é trazer à galeria nomes internacionais relevantes, a fim de exaltar os artistas da região Centro-Oeste.
“Na nossa última exibição, da artista trindadense Miriam Inez da Silva, trouxemos o curador italiano Cristiano Raimondi para conhecer a Cerrado Galeria, ação que deve gerar uma exposição internacional para alguns dos artistas representados por nós. Queremos seguir com esse movimento, pois temos consciência de que, levando nossos artistas para além das fronteiras do país, ajudamos a impulsionar o próprio mercado de arte local”, diz.
Manuela Costa Silva reafirma sua expectativa de que Goiânia ganhe cada vez mais espaço no circuito de arte nacional, assim como ocorre no eixo Rio-São Paulo. “Há muita potência no Centro-Oeste e a Cerrado Galeria reconheceu a fertilidade do nosso solo”. Estêvão concorda: “A Cerrado desempenha um papel importantíssimo de profissionalização e educação do cenário local, contribuindo com esse aspecto em Goiás, que, por anos, tem se mostrado um grande formador de artistas extremamente potentes”, finaliza.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.