Patricia Finotti

Prática contribui para desenvolvimento de pesquisas e estudos de instituições superiores de ensino da área de saúde

 

Doação de sangue, de plaquetas, de medula e até de alguns órgãos. Todos esses processos estão disponíveis para auxiliar o próximo, mas o que poucos sabem é a possibilidade de ir além, também com a doação de corpos. A prática ainda não é tão conhecida no Brasil quanto em países como EUA, Portugal e Inglaterra, onde boa parte dos corpos destinados para ensino e pesquisa nas áreas médica e de saúde são provenientes de doações realizadas em vida.

“O número de doadores aqui no Brasil vem crescendo a cada ano, resultado de programas de esclarecimento e de popularização do tema, promovidos por instituições de ensino superior e de pesquisa e também pela Sociedade Brasileira de Anatomia. Ainda assim, o número de doadores é bastante modesto e insuficiente frente às necessidades das escolas médicas e da área de saúde”, afirma a professora doutora Mirna Duarte Barros, chefe do Departamento de Morfologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP).

Os corpos doados são destinados a instituições de ensino superior, especialmente para as disciplinas de Anatomia Humana dos cursos da área de saúde, como Medicina, Enfermagem, Fonoaudiologia, Odontologia, entre outros. Também são destinados a pesquisas nas áreas de anatomia, anatomia clínica e cirúrgica. “Grande parte do conhecimento adquirido pelo aluno de Medicina, se faz nos laboratórios de anatomia, dissecando ou estudando em espécimes previamente preparados”, afirma a Dra. Mirna.

Segundo ela, para ser um doador de corpo é preciso procurar uma instituição – faculdade e/ou hospital universitário – e assinar um documento confirmando a vontade da doação após a morte. Para isso, é preciso que a pessoa tenha mais de 21 anos e esteja apta a manifestar seu desejo. Além disso, recomenda-se que que os familiares estejam cientes da decisão do doador e tenham uma cópia do documento. “Após o falecimento, o velório pode ser realizado normalmente. O que muda é que ao invés de se encaminhar para um cemitério ou crematório, o corpo vai para a instituição de ensino superior escolhida pelo doador”, explica.

De acordo com a Dra. Mirna, há todo um processo e respeito à legislação, que deve ser cumprida pela instituição, para justificar o fim que o corpo terá (ensino e/ou pesquisa). A professora faz questão de ressaltar que a identidade do doador é sempre preservada e nenhum estudo é realizado sem que tenha tido a aprovação do doador.

Para mais informações sobre o processo para ser doador de corpos para ensino e/ou pesquisa pelos alunos da FCMSCSP, acesse o link: https://blog.fcmsantacasasp.edu.br/tag/doacao-de-corpos/.

Sobre a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – A Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) é uma instituição de ensino superior com mais de 50 anos de atividades. Tem como mantenedora a Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, que também incentiva a realização ou a participação em pesquisas nos âmbitos científico e técnico e estimula, pela promoção ou participação, estudos nas áreas médica, sanitária e social. Oferece cursos de graduação em Medicina, Enfermagem e Fonoaudiologia; graduação tecnológica em Radiologia e em Sistemas Biomédicos, além de diversos cursos de pós-graduação (especialização lato sensu, mestrado ou doutorado) e pós-doutorado. Para mais informações sobre a FCMSCSP, basta acessar: www.fcmsantacasasp.edu.br.(Juliana Portugal)

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