Patricia Finotti

(crédito: Arnaldo Sete)

Manu Siqueira

Após circulação em Araripina, Trindade, Caruaru e Palmares, o fotógrafo Arnaldo Sete finaliza projeto no Recife

Depois de uma trajetória pelo Agreste pernambucano, em 2022, a exposição “Por trás da lona”, do fotógrafo Arnaldo Sete, chega ao Recife, sua cidade natal, nos dias 25 e 26 de março, sábado e domingo, e aporta na Avenida Rio Branco, no Recife Antigo, das 16h às 20h, com entrada gratuita.

“Foi muito bonito poder trazer o cotidiano dos circos mambembes para comunidades que, possivelmente, não teriam acesso à exposição nem à realidade de vários grupos circenses, atualmente. É emocionante ver o olhar das crianças para as fotos e tudo o que aquela realidade representa para eles. A exposição chegou também para jovens, adultos e idosos que nunca tiveram a oportunidade de assistir um espetáculo circense”, relata o fotógrafo. 

Mais de mil pessoas já visitaram a exposição, armada sob uma lona circense, que tem entrada gratuita, e conta com 32 fotografias, de tamanho 30 cm x 45 cm, todas em preto e branco. “Em meus trabalhos autorais utilizo sempre essa estética, pois gosto de equilibrar as informações contidas na imagem, de forma que o observador possa caminhar seu olhar por toda superfície da fotografia e descobrir detalhes inseridos naquela composição”, explica o fotógrafo. 

Em 2020, Arnaldo Sete resolveu “mergulhar” no universo circense, e nem uma pandemia mundial, que paralisou o mundo naquele ano, foi capaz de detê-lo. Foram três meses acordando e dormindo com os profissionais que fazem parte do Circo Alves, que é uma instalação itinerante e que estava localizada em Caruaru, no Agreste pernambucano, quando o projeto foi iniciado.  “A forma como fui acolhido pela família Alves foi inesquecível. As imagens que produzi foram feitas a partir do privilégio que tive de conviver com cada integrante e presenciar, de perto, situações que normalmente o grande público não tem acesso”, ressalta Arnaldo.

O projeto “Por trás da lona”, segundo o fotógrafo, buscou captar a essência da tradição circense itinerante, documentando a vida desses artistas para além do brilho e da espetacularidade do picadeiro, de modo a contribuir, de alguma forma, com a valorização e o reconhecimento dessa arte milenar. “A minha intenção é ampliar a visibilidade desse projeto documental, garantindo ao grande público a aproximação com a arte, e também garantindo a acessibilidade para pessoas com deficiência visual, disponibilizando audiodescrição das fotografias expostas”.

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