Patricia Finotti

“Xadrez Auto-Criativo” (2019), de Ricardo Barreto e Raquel Fukuda (crédito: Camila Picolo)

Agência Galo

Ao todo serão 44 peças, muitas delas interativas, elaboradas por artistas da Alemanha, do Brasil, da Croácia, dos Estados Unidos, da França, da Grécia, do Japão, da Nova Zelândia e de Portugal

Unir diversão a reflexão. Essa é a sedutora proposta da exposição coletiva Playmode, que estreia nacionalmente no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte em 30 de março, indo posteriormente para o Rio de Janeiro (19/07), São Paulo (25/10) e Brasília (01/02/2023). A mostra exibirá 44 peças, muitas interativas, de artistas de todo o mundo. Sete deles, brasileiros.

Quando se fala em jogos, especialmente os digitais, é natural pensar em diversão. No entanto, a mostra produzida pela N+1, com curadoria dos portugueses Filipe Pais e Patrícia Gouveia, utiliza o caráter lúdico dos jogos para propor uma reflexão social e política sobre a atualidade.

“Buscamos obras que representem a revolução digital que nós vivemos e que apresentem, pela linguagem da tecnologia, as necessidades básicas humanas de interagir, de se espelhar no outro e de resistir à imobilidade”, descreve Patrícia Gouveia.

Playmode chega ao CCBB Belo Horizonte vinda diretamente de Portugal, onde foi exibida em 2019 no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa. Por lá, alcançou grande sucesso de crítica e público. “O Brasil é muito grande, tem uma população diversa e esperamos que as pessoas se envolvam ainda mais com a proposta”, avalia Filipe Pais. “Assim como os portugueses, os brasileiros são curiosos, querem conhecer e participar”, completa o curador.

Ele enfatiza que a interatividade de algumas das peças apresentadas convida o visitante a uma participação ativa, que coloca o público diante de experiências lúdicas, sensoriais e conceituais. “Os jogos criam um mundo à parte, alterando as nossas perspectivas e formas de ver as realidades que nos envolvem”, explica.

“Para o CCBB BH receber a mostra coletiva Playmode representa a oportunidade de levar ao público a inusitada ligação entre arte contemporânea e jogo. É brincadeira e observação ao mesmo tempo, tendo as novas tecnologias como suporte nessa jornada”, observa Gislane Tanaka, gerente Geral do CCBB BH.

“Para a BB DTVM, o investimento em cultura gera um impacto direto e positivo para a sociedade ao ampliar o acesso, a todas as idades, às exposições de alto valor cultural como Palymode”, comenta Isaac Marcovistz, head de produtos, comunicação e marketing da BB DTVM.

ORGANIZAÇÃO E DESTAQUES

Ao propor uma reflexão sobre a faceta lúdica da sociedade contemporânea, Playmode divide os trabalhos dos artistas em três grandes eixos: “Modos de desconstruir, de modificar e de especular”; Modos de participar e de mudar” e “Modos de transformar, de sonhar e de trabalhar”.

No primeiro eixo encontram-se obras que exploram os modos de jogar. Valendo-se de jogos bem conhecidos, propõe a transformação de regras e mecanismos já automatizados pelos usuários desses jogos. Sugere-se, nessa dinâmica, a revisão de conceitos como resistência e o estímulo para promover novas visões do mundo contemporâneo.

É o eixo com maior quantidade de obras na mostra. Lá se encontra o protótipo do “Xadrez Auto- Criativo” (2019), de Ricardo Barreto e Raquel Fukuda. A instalação propõe uma reformulação do xadrez clássico. Os seis tabuleiros distribuídos na mesa, previamente determinados pelos artistas, demonstram jogos possíveis com os quais os visitantes de Playmode poderão interagir a partir de regras tradicionais do xadrez.

Destacam-se neste eixo também o “Cubo de Dados” (1970), de Nelson Leirner – obra que se vale de dados clássicos para brincar com a geometria espacial e transformar a forma cúbica simples em uma escultura fractal – e a “Mesa de Jogos” (2020), de Laura Lima e Marcius Galan. Essa obra consiste numa apresentação unificada de diferentes jogos de tabuleiro e de cartas em cima de uma mesa, possibilitando que todos eles possam ser usados ao mesmo tempo – embaralhando as regras e exigindo dos participantes um acordo sobre elas.

O eixo 2 compreende obras cujo objetivo é convocar a atenção mais profunda dos visitantes: além da participação ativa nos jogos, mobiliza-se a consciência das decisões tomadas ao longo da partida. Consequentemente, as peças digitais desse eixo acabam por estimular a mudança de perspectivas em relação à realidade e às maneiras de lidar com ela.

No bloco expositivo se encontra a obra “Everything” (2017), de David OReilly. Trata-se de um game de simulação em que um jogador pode explorar diferentes criaturas e objetos, adquirindo paisagens e planetas, enquanto tem acesso a citações narradas pelo filósofo Alan Watts, conhecido por popularizar reflexões filosóficas de pensadores clássicos e modernos.

O terceiro e último eixo da mostra evidencia o poder dos jogos em construir sonhos e a capacidade de promover o deslocamento do jogador para espaços imaginários. Além desse aspecto lúdico, inerente a qualquer jogo, o terceiro grupo enfatiza a capacidade de transformação das estruturas cognitivas, físicas e sociais latentes no jogo e no ato de jogar.

Estão presentes na mostra artistas e estúdios, produtores e coletivos da Alemanha, Brasil, Croácia, Estados Unidos, França, Grécia, Nova Zelândia, Portugal e Japão. São eles: Aram Bartholl, Bill Viola + Game Innovation Lab, Bobware, Brad Downey, Brent Watanabe, Coletivo Beya Xinã Bena + Guilherme Meneses, David OReilly, Filipe Vilas- Boas, Harum Farocki, Isamu Noguchi, Jaime Lauriano, Joseph DeLappe, Laura Lima + Marcius Galan, Lucas Pope, Mary Flanagan, Mediengruppe Bitnik, Milton Manetas, Molleindustria, Nelson Leirner, Pippin Barr, Priscila Fernandes, Raquel Fukuda + Ricardo Barreto, Samuel Bianchini, Shimabuku, Tale of Tales (Auriea Harvey e Michaël Samyn) e The Pixel Hunt.

SOBRE A BB DTVM

A BB DTVM é líder da indústria nacional de fundos de investimento, com patrimônio líquido sob gestão de R$ 1,391 trilhão em recursos e 20,75% de participação de mercado, conforme ranking de Gestores de Fundos de Investimento da Anbima, de janeiro de 2022. Oferece soluções de investimento inovadoras e sustentáveis para todos os perfis de investidores e sua excelência em gestão é atestada por duas importantes agências de rating – Fitch Rating e Moody´s.

 

SERVIÇO

Playmode | Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte

 

●     Belo Horizonte: 30.03 a 06.06

●     Rio de Janeiro: 19.07 a 12.10

●     São Paulo: de 25.10 a 09.01.23

●     Brasília: de 01.02.23 a 02.04.23

 

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