Patricia Finotti

Rosângela Porto

Experiência de Sarah Christie e Fernando Oliveira em Orquestra do Basileu França foi primordial para tais conquistas

                A Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (OSJG) é um projeto musical que conta com a participação de 70 músicos. Criado em 2001 pela Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França, o grupo possui destaque no Brasil e em outros países, tendo em vista as inúmeras apresentações em eventos nacionais e internacionais. 

           O objetivo é formar jovens músicos para atuarem em orquestras profissionais do Brasil e do exterior. E, comprovando a relevância do trabalho desenvolvido, recentemente a OSJG teve dois de seus ex-alunos aprovados para mestrados em importantes instituições de ensino no Canadá e nos Estados Unidos: são a clarinetista Sarah Christie e o contrabaixista Fernando Almeida, respectivamente.

                O maestro titular e diretor artístico da OSJG, Eliel Ferreira, ressalta a satisfação com o resultado alcançado. “Nossa função não é ser somente maestro. Nós também somos professores. E esse resultado mostra mais uma vez a competência, a seriedade e a dedicação com que é realizado o trabalho na Orquestra Jovem e no Basileu França. A nossa visão é justamente aliar essa formação musical, essa profissionalização do aluno, juntamente com o trabalho social e de inclusão. É o fruto do trabalho coletivo de toda equipe, administrativo, professores e do esforço de cada aluno. Então, para mim, é uma felicidade enorme, é o cumprimento do objetivo”, avalia.   

Sarah Christie

                A trajetória de Sarah Christie na OSJG começou em 2017, quando ela já cursava o Curso de Bacharelado em Música, na Universidade Federal de Goiás (UFG), e se estendeu por dois anos. Com esse grupo musical, a clarinetista participou de turnê em Trancoso, na Bahia, e também tocou na Sala São Paulo, na capital paulista. 

          Por ter nascido e vivido em Goiânia, a jovem já conhecia a Escola Basileu França, mas não sabia especificamente sobre o trabalho da Orquestra Jovem. Segundo ela, que já havia tocado em banda sinfônica, no próprio IFG, e também na Banda Sinfônica do Estado de Goiás, essa foi a primeira oportunidade de tocar em orquestra. “A minha primeira experiência como clarinetista de orquestra foi com a OSJG e foi uma oportunidade vital para minha formação. Foi quando eu descobri, realmente, que tocar em orquestra é minha paixão”, revela.

       Com o término da graduação, Sarah passou a pesquisar lugares renomados onde pudesse cursar o mestrado e, assim, continuar os estudos musicais. Foi dessa maneira que a clarinetista conheceu a University of British Columbia (UBC), no Canadá. E, ao saber que o professor Jose Franch-Ballester integra o corpo docente da Instituição, se inscreveu para o mestrado, cuja duração é de dois anos. O início do curso será em setembro deste ano. 

        A jovem demonstra bastante entusiasmo com a oportunidade de aprimorar os conhecimentos em Música com Jose Franch-Ballester. “Ele é um excelente clarinetista e está em bastante evidência no cenário atual como solista, camerista e professor. Então, é uma oportunidade única e um privilégio poder estudar com ele. Será uma experiência muito boa para o meu crescimento pessoal e musical. Estou muito feliz”, afirma.      

Fernando Almeida

           Fernando conheceu a OSJG por meio de um de seus professores, o contrabaixista Rossini Parucci que, na época, foi selecionado para a Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG). “Em uma visita, conheci o lugar. Foi meu primeiro contato com o Basileu França”, comenta.

              Em 2014 passou a integrar a OSJG, tendo permanecido até o ano de 2017. Natural de Presidente Prudente (SP), o músico revela que antes de mudar-se para Goiânia, não tinha experiência com temporada de concertos, com maestros convidados e solistas, inclusive internacionais, como teve com a Orquestra Jovem.

              Com o grupo musical, Fernando participou de turnês na Alemanha, na Venezuela, na China e também de importantes eventos como o Festival Villa-Lobos, no Rio de Janeiro (RJ), Festival de Música de Trancoso (BA), em Campos do Jordão (SP), e na Sala São Paulo, na capital paulista.

               A oportunidade do mestrado veio no final do ano de 2020, quando Fernando participou de um processo seletivo em quatro universidades, recebendo a aprovação em todas. Mas o músico optou pela Duquene University, nos Estados Unidos. “Eu sempre sonhei em estudar no norte do país. E a Duquene fica na Pensilvânia, próximo a Nova York. É um grande centro da música”, afirma. 

                O curso terá início no mês de setembro e a duração será de 4 anos. O contrabaixista terá, ainda, a oportunidade de cursar o programa “Artista Diploma”, que corresponde a um curso de bacharelado em instrumento no Brasil.     

             Fernando relata que a expectativa para o mestrado é bastante positiva e ressalta a importância de haver incentivo para que os estudantes da área possam ter oportunidades como essa. “É um grande sonho para todos os estudantes de música estudar fora do País e aprender com os grandes mestres. Meu plano no futuro é voltar ao Brasil e compartilhar todo o conhecimento que vou absorver para conseguir manter essa chama acesa no nosso país. Somente através da educação, da arte e da música é que as pessoas terão a oportunidade de mostrar seu potencial”, comenta.

Solidariedade

            Entretanto, os custos que Sarah Christie e Fernando Almeida terão com as viagens e com a permanência no exterior são muito altos, o que dificulta a realização dos sonhos. Por isso, os músicos contam com o apoio da comunidade, por meio de doações que podem ser feitas por campanhas online, nos links https://abacashi.com/p/sarah-no-canada e http://vaka.me/2054739.

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