Patricia Finotti

A abertura da temporada será no Teatro Cidade Livre, com Entrada Franca, na próxima 4ª feira, dentro da III Mostra de Teatro Cidade Livre.

 

Entre os meses de março e julho, o espetáculo “Quando se abrem os guarda-chuvas” voltará aos palcos de Goiânia e Aparecida de Goiânia, interpretado por sua criadora, a atriz Fernanda Pimenta, do grupo Farândola Teatro. O projeto, apoiado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura e produzido pela Plano V Eventos e Cultura, prevê 10 exibições em 10 diferentes espaços da região metropolitana, sempre às quartas-feiras, seguido de bate-papo entre a atriz e o público. As primeiras apresentações serão nos dia 21 e 28 de março. A primeira, dia 21/03, dentro da programação da III Mostra de Teatro Cidade Livre, às 10h da manhã. A segunda, dia 28/03, na Oficina Cultural Geppetto, no Setor Pedro Ludovico, às 20h. Todas as apresentações do projeto são gratuitas.

A ação, caracterizada como uma temporada teatral circulante, tem o propósito de contemplar públicos diversificados, criando uma agenda com maior duração, trazendo ao espectador a certeza de que em duas quartas-feiras de cada mês, durante cinco meses, haverá teatro em algum lugar da capital. Durante o projeto o público ainda terá a oportunidade de conversar com os realizadores do espetáculo, para falar tanto da produção cênica que ocorre em nossa região, quanto sobre os caminhos que levaram à construção deste trabalho.

A diversidade de plateias também se relaciona com a pluralidade dos espaços cênicos que serão utilizados, como no caso do Ponto de Cultura Cidade Livre – Teatro Cidade Livre, em Aparecida de Goiânia; da Escola Municipal Renascer, que fica no bairro Real Conquista; ou da Oficina Cultural Geppetto, no Setor Pedro Ludovico; e ainda a Universidade Federal de Goiás e os cafés e bares da capital que abrem espaço para o teatro; o Espaço Sonhus, no centro de Goiânia; o Instituto Federal de Goiás; o Zabriskie Teatro. Todos são considerados equipamentos culturais, capazes de agregar ainda mais valor ao que está sendo colocado em cena, por suas próprias trajetórias de fomento à cultura.

Uma ode à velhice contemporânea

O monólogo “Quando se abrem os guarda-chuvas” tem a atuação de Fernanda Pimenta, que também é co-autora da obra. A direção é da espanhola Elena Diego e a dramaturgia do carioca João Pedro Fagerlande. Sua estreia ocorreu em 2011 e desde então tem conquistado plateias brasileiras e estrangeiras, com um trabalho de teatro físico e poético, que é ao mesmo tempo melancólico e cômico, lírico e áspero, contundente e apaziguador.

A oralidade é o ponto de partida da personagem Conceição, uma viúva de mais de 70 anos, que se relaciona com o público de uma maneira calorosa, falando de seu dia-a-dia de pessoa idosa, que viu seu mundo se transformar aos poucos, sem que tivesse o controle dos caminhos que a fizeram chegar até ali. A espevitada figura fala em futuro, em desejos, em como se relaciona com um mundo cada vez mais veloz e tecnológico, e certifica a audiência de sua autonomia e capacidade de se apropriar de tudo isto que agora a rodeia, inclusive sua vontade de novamente amar. Em um decorrer de espetáculo penumbroso e de energia crescente, Dona Conceição contracena com suas memórias e com personagens que estão do outro lado da ligação ou das redes sociais, e as traz tão vividamente para a cena, que chegamos a ouvir suas vozes. Ou seja, quando Dona Conceição abre seu guarda-chuva é tão somente para sair mundo afora, caminhando em direção a um futuro que ainda pode lhe reservar muitas surpresas.

FERNANDA PIMENTA

Atriz brasileira, 32 anos, residente em Goiânia. Palhaça, dramaturga, produtora, diretora, mestra em artes cênicas e educadora. Iniciou sua carreira teatral aos 17 anos, quando ingressou no Grupo Guará, companhia pertencente à Universidade Católica de Goiás. Permaneceu no grupo até 2008, quando se muda para Londres. Em 2010 volta para o Brasil, desta vez para o Rio de Janeiro, onde fica até outubro de 2013, após regressar de um período de 5 meses de uma residência artística em Portugal e apresentações na Espanha. Em novembro de 2013 regressa à Goiânia, onde atualmente apresenta dois espetáculos como convidada do Grupo Bastet, um infantil como convidada da Cia de Arte Poesia que Gira, e duas peças da Farândola Teatro, grupo que fundou em 2011, juntamente com a espanhola Elena Diego Marina. Desenvolveu pesquisa artística no Mestrado em Artes da Cena na Unicamp, finalizando a dissertação em fevereiro de 2017.

SERVIÇO:

Espetáculo teatral “Quando se abrem os guarda-chuvas”

Data: 21/03/2018 (4ª feira) – 10h

Local: Teatro Cidade Livre – Av. Progresso, QD 21 LT. 4 CS.01 –

Jardim Monte Cristo, Aparecida de Goiânia  – Tel.: 62 3248 6273

Data: 28/03/2018 (4ª feira) – 20h

Local: Oficina Cultural Geppetto – Rua 1013, Qd. 39, Lt. 11, St. Pedro Ludovico – Tel.: 3241 – 8447

ENTRADA FRANCA

(Contribuições voluntárias e espontâneas serão bem-vindas, para a continuidade do trabalho do Farândola Teatro).

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