Lucas – Kasane
Envolvimento familiar influencia diretamente na formação educacional, assim como no desenvolvimento social e emocional, de crianças e adolescentes. Acompanhamento e incentivo estão entre os principais pilares que devem ser fortificados em parceria com a escola
Há um provérbio africano que diz que, para educar uma criança, é preciso toda uma aldeia. Quando se fala sobre a formação não somente de crianças, mas também de adolescentes, a rotina familiar e o ambiente escolar funcionam em continuidade, como um processo de aprendizado a partir da troca de experiências intelectuais, morais, sociais, emocionais e até mesmo físicas. Está aí a importância do acompanhamento dos pais e de sua participação efetiva na vida escolar dos filhos para garantir melhor desempenho e desenvolvimento em todos os aspectos. Segundo o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), exame que ouve alunos de cerca de 70 países, em 2015, 50,2% dos estudantes brasileiros diziam que os pais demonstravam interesse por suas atividades escolares.
“A escola não faz nada sozinha. Por isso, é essencial a participação constante e muito consistente de todos os agentes envolvidos no processo educacional. E as escolas, por meio de seus diretores e coordenadores, pode desempenhar um papel importante nessa aproximação. Não basta convidar pais para reuniões, é preciso motivá-los a manter um diálogo contínuo e, assim, oferecer recursos que facilitem a comunicação e que sejam adaptáveis à vida moderna”, esclarece Tatiana Santana, diretora pedagógica do Colégio Externato São José. Vale ressaltar que a rotina familiar se viu alterada desde o último ano e o cenário de pandemia, com impactos diretos no funcionamento e na logística da vida escolar. Mesmo com todas as readequações necessárias, Tatiana aponta que quando a criança percebe que seus pais estão em uma aliança com a escola, ela se sente muito mais protegida.
“Existem muitas formas práticas de acompanhar o cotidiano escolar dos filhos, como conversar com os professores e participar de reuniões. Em casa, é importante conversar com os filhos sobre o que mais gostam nas aulas, entender suas dificuldades, saber como anda a relação deles com os professores e colegas, checar se estão fazendo as lições de casa. Além disso, é também importante oferecer um lugar com tranquilidade e luminosidade para que possam se concentrar enquanto estiverem estudando e, sempre que possível, criar oportunidades de ampliar o repertório cultural e esportivo deles”, acrescenta a diretora.
Ações que trazem os pais para a escola
O coordenador pedagógico do Colégio Integrado, Natan Marques, explica que a escola procura sempre desenvolver ações que envolvam todos os membros das famílias, não só os alunos. Durante os primeiros meses de ensino remoto, os pais e irmãos foram incentivados a participar das aulas de educação física, porque era uma forma de amenizar a tensão pelo excesso de informações sobre a pandemia. Outro destaque, neste período, foram as palestras virtuais, que debateram temas de interesse de toda família.
“O projeto Integrado a Você, por exemplo, quando era presencial, tinha pouca adesão antes da pandemia. Depois que ele passou a ser online, conseguimos aumentar o alcance e fazer com que mais famílias participassem. Para nós, é fundamental essa conexão da família com a escola, para que percebam o quão importante é a educação na sua forma integral”, explica.
Facilitar o acesso á comunicação dos pais com a escola é um caminho necessário. “É importante criar canais de comunicação diretos com as famílias, seja por e-mail, ligações ou pelo aplicativo da escola. É preciso levar em consideração que a conexão com a família não se dá, apenas, por meios pedagógicos referentes ás notas, mas também pensando na forma integral desse aluno. Quando os pais se mostram interessados nesse processo, o aluno se sente apoiado e acolhido”.