Patricia Finotti

COMUNICAÇÃO SEM FRONTEIRAS

Fundado em 1997, o Centro de Estudos Allan Kardec na Vila Delfiori pretende voltar com cursos de informática, crochê e de salgado e bolos; instituição, que ajuda 45 famílias com doação de cestas básicas, pede ajuda para ampliar assistência social

 

“Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que queremos que os outros façam por nós”. Foi com base nesse preceito do Espiritismo que o comerciante Aylton Viana decidiu, em 1996, juntamente com outros voluntários, desenvolver um trabalho assistencial para famílias da região do bairro Madre Germana, em Aparecida de Goiânia. Esse foi o primeiro passo para a criação do Centro de Estudos Allan Kardec, fundado um ano depois, e hoje atende regularmente a 45 famílias no setor Vila Delfiori, também em Aparecida. A entidade é uma das 30 que o Grupo Marajoara Laticínios ajuda mensalmente com a doação de 5.808 litros de leite.

Além de estudos e evangelização cristã-espírita, a instituição oferece gratuitamente e mensalmente cestas básicas para as mães dessas famílias. Agora, com o controle da pandemia da Covid-19, a entidade planeja retomar outras atividades assistenciais que eram oferecidas, também gratuitamente, mas foram interrompidas há mais de dois anos. “Antes da pandemia tínhamos cursos de informática, crochê e salgados e bolos, mas tivemos que suspender por causa da Covid. Por isso, hoje estamos precisando de ajuda para que possamos voltar com esse trabalho”, revela seu Aylton. 

Mesmo fechada nesses últimos anos, a entidade conseguiu manter as doações das cestas básicas. “Criamos um formato em que pudemos manter pelo menos essa assistência básica que é alimentação. Montamos um calendário para que essas famílias que temos aqui cadastradas viessem pegar suas cestas básicas”, explicou o fundador do Centro de Estudos Allan Kardec.

Segundo o gestor de marketing do Grupo Marajoara, Vinícius Junqueira, o Centro está entre as entidades mais antigas que a empresa ajuda regularmente. “Começamos esse trabalho de ajuda no ano de 2001. Além das doações mensais das caixas de leite, por diversas vezes prestamos algum outro tipo de ajuda, como por exemplo, a doação de cestas básicas. No Natal de 2020, ainda num período crítico da pandemia, conseguimos organizar uma grande festa para as crianças dessas famílias que são atendidas pela instituição, com doação de cestas básicas e brinquedos. Neste ano, por causa do frio forte que atingiu o Estado, também fizemos uma doação de mais de 300 coberturas”, relata o Vinícius.

Para o gestor de marketing, o auxílio dado regularmente para entidades é mais do que uma questão de responsabilidade social. “É uma forma de retribuir toda a confiança e credibilidade que a sociedade tem depositado na nossa marca ao longo de mais de 30 anos”, pontua o gestor.

Início do trabalho
Há 48 anos, Aylton se declara espírita e por muito tempo integrou a direção da Federação Espírita do Estado de Goiás (FEEGO). “Fui secretário regional da FEEGO e nessa época percorri muitas áreas e bairros da periferia de Goiânia, coordenando ações de evangelização e de assistência social e sempre quis fazer um trabalho semelhante também em Aparecida de Goiânia”, conta.

O comerciante lembra que em 1996 decidiu, junto com outros amigos que também ensinavam a doutrina espírita, que iniciar um trabalho no Madre Germana, em Aparecida. Sem sede, só com doações de roupas e alimentos, o trabalho começou com o atendimento de 100 famílias. “E o trabalho foi crescendo e ganhando mais voluntários e mais famílias foram atendidas”, diz.

Mas segundo Aylton, o trabalho desenvolvido hoje pelo Centro de Estudos Allan Kardec ganhou forma e lugar no ano de 1997, quando houve um providencial reencontro de dois amigos de infância. “Um desses amigos com quem eu fazia o trabalho lá no Madre Germana e que também era da Federação [Espírita do Estado de Goiás], me disse que conhecia uma pessoa que estava com o interesse de doar um terreno lá na Vila Delfiori. Mas eu não sabia quem era e nem imaginava”, conta.

Ao receber o contato dessa pessoa que queria doar o terreno, Aylton logo ligou e foi averiguar se de fato havia o interesse pela doação. Já na ligação ele diz que a pessoa parecia ter se surpreendido quando ele disse o seu nome e de onde era. “Eu achei estranho e o homem com quem fala ao telefone só me disse que quando eu o encontrasse pessoalmente ele saberia de tudo”, relata.

Reencontro
Marcado o horário e o local, Aylton disse que ainda não reconheceu, mas depois de alguns poucos minutos de conversa, ele teve a grata surpresa de descobrir que aquele bom samaritano que estava disposto a ajudá-lo era na verdade um grande amigo da época de colégio, o qual não via há 40 anos. “Fiquei sem palavras, porque além de conseguir alguém que nos daria uma ajuda enorme para podermos ampliarmos nosso trabalho, esse alguém era um grande amigo de longa data”, diz. Outra surpresa que Aylton teve foi em relação ao tamanho da área que seu amigo queria doar, era bem maior do que ele imaginava. “Pensei que fosse um lote de pouco mais de 300 m², mas na verdade era uma área de 1.570 m²”, conta.

Oficializada a doação, Aylton ainda teve pela frente dois grandes desafios: arrecadar recursos para pagar a transferência do terreno e comprar os materiais de construção para levantar as primeiras paredes do Centro. “Fizemos um grande almoço beneficente em Goiânia e conseguimos levantar o dinheiro para a transferência. Um ano depois, fiz outro almoço em que conseguimos levantar na época o equivalente a uns R$ 4.500 e conseguimos construir as três primeiras salas do Centro”, conta. A partir daí, Aylton conta que o trabalho que começou no Madre Germana e transferido para a Vila Delfiori foi ganhando forma, com mais voluntários e famílias atendidas.

Como ajudar
Hoje, a entidade, mesmo com dificuldades, segue mantendo a assistência social a 45 famílias, mas conforme Aylton, a intenção é retomar as atividades que tiveram que ser suspensas e ajudar ainda mais quem precisa. Para isso, além de doações de roupas, alimentos, a entidade também precisa de recursos financeiros para aumentar essa ajuda. Para isso, o Centro disponibiliza uma conta bancária para receber as doações de qualquer quantia. O depósito ou transferência pode ser feito para a conta-corrente 81-7, agência 2234 da Caixa Econômica Federal, operação 013. As ajudas também podem ser entregues pessoalmente no endereço do Centro, que fica rua Platão, Qd 21, lote 24/27, Vila Delfiori, CEP 74962-320, em Aparecida de Goiânia. O contato com a instituição pode ser feito pelo telefone (62) 9.8425-6836.

Ainda segundo Aylton, uma das ajudas mais urgentes para a instituição é a reforma da fachada e pintura da sua sede. “Já iniciamos uma campanha só para esse objetivo, e quem quiser e puder, pode fazer doações de tintas acrílicas PVA nas cores Branco Neve, Bege, além de rolos e lixas para fazermos essa reforma”, solicita.

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