Patricia Finotti

Guilherme Melo

Professor da Estácio orienta sobre métodos para fazer o descarte correto

 

Criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972, o Dia do Meio Ambiente é celebrado mundialmente em 5 de junho. A data é marcada por diversas ações de conscientização que visam alertar a população sobre a importância da preservação dos recursos naturais. Uma atitude pouco comentada, mas que favorece o aumento da poluição, é o descarte incorreto de medicamentos.

Aproximadamente 14 mil toneladas de medicamentos perdem a validade por ano no Brasil, segundo o relatório da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado. E a maior parte disso é descartada de maneira ambientalmente incorreta, no lixo comum, no esgoto ou no solo. Apesar do sistema de logística reversa de medicamentos domiciliares ter sido regulamentado em julho de 2020, que estabelece que tanto os consumidores quanto as empresas efetuem de forma correta o descarte de medicamentos vencidos ou em desuso, até o momento não houve movimentação para sua implementação.

Quando os medicamentos são descartados na pia, vaso sanitário ou lixo comum, os mesmos têm alto potencial de poluir o solo, o ar e principalmente a água, explica o professor de Farmácia da Estácio e mestre em Ciências Biológicas, Álvaro Paulo Souza. “Quando esses resíduos atingem o lençol freático, nós estamos sujeitos a contaminação por esses resíduos. Quando o descarte é feito de forma correta, ou seja, quando não é jogado no meio ambiente, estamos nos resguardando de possíveis contaminações com esses medicamentos”, orienta.

“Os medicamentos descartados de forma inadequada, especialmente os hormônios podem contaminar as espécies aquáticas e até mesmo causar a feminilização de algumas espécies de peixes. Além disso, quando são descartados antibióticos, esses podem contribuir com o aumento da resistência bacteriana”, complementa o especialista.

 Estudos mais recentes têm apontado que alguns medicamentos como os antidepressivos, quando descartados de forma inadequada, contribuem para o encorajamento de algumas espécies a saírem para se alimentar independente do risco de predadores. “Tal fato poderá contribuir com várias consequências a médio e longo prazo, incluindo a extinção de algumas espécies”, revela.

Álvaro conta que, recentemente, não tem se visto mobilizações de indústrias farmacêuticas com ações que possam conter o descarte inadequado e contribuir com a logística reversa desses medicamentos. “Já em relação a população, a grande maioria nem sabe que os medicamentos precisam ser descartados de forma adequada. A falta de conhecimento favorece com que mais resíduos sejam descartados de forma inadequada no meio ambiente”, instrui o professor.

De forma alguma os medicamentos podem ser jogados no lixo comum, pia ou vaso sanitário. É importante que a população sempre procure pelo seu farmacêutico de confiança, onde costuma adquirir seus medicamentos e busque por orientação.  “Grande parte das farmácias e drogarias já têm recebido os medicamentos para fazer o descarte adequado.  Outra possibilidade é que esses medicamentos sejam entregues nos Cais ou postos de saúde, esses locais também estão aptos a receber e providenciar o descarte adequado”, finaliza.

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