Patricia Finotti

Dentista alerta que excessos podem trazer consequências graves para a saúde bucal

O clima de pegação pode se tornar um grande problema para quem gosta de beijar muito durante o tempo de folia, pois a boca é a porta de entrada para bactérias e vírus. Segundo o cirurgião-dentista Leonardo Lara, mais de dois bilhões de bactérias habitam uma única gota de saliva, ou seja, um “beijo de língua” pode ser prejudicial. “O beijo é uma grande via de contaminação e o vírus  fica incubado por certo tempo e não se manifestar, assim como o vírus da herpes, que se manifesta com a queda da resistência do organismo”, explica ele, que adianta: “no período de Carnaval, as pessoas não selecionam os parceiros e isso pode ser um agravante para a contaminação”.

Além da mononucleose infecciosa, que também é chamada popularmente de “doença do beijo”, os foliões podem se contaminar pelo vírus da herpes, gerando lesões em aspecto de bolhas na boca e face, e até ter cáries. Sem falar das DSTs, como HPV, e, em casos mais severos, HIV, entre outros. “O ideal é escolher muito bem o parceiro e não sair por aí espalhando beijos”, revela o dentista.

PROBLEMAS MAIS COMUNS DURANTE O CARNAVAL:

Doença do Beijo 
O vírus  Epstein-Barr, que causa a mononucleose infecciosa, é altamente contagioso pela saliva. O beijo é uma grande via de contaminação e, por se tratar de doença viral, ela pode ficar incubada no hospedeiro por certo tempo e não se manifestar, assim como o vírus da herpes, que se manifesta com a queda da resistência do organismo”, explica.A doença do beijo é caracterizada por mal-estar, febre, dor de cabeça e de garganta, aumento de gânglios, ínguas no pescoço e inflamação leve e transitória do fígado (hepatite).

Para evitar esses problemas, uma vida sem excessos é o melhor caminho. Como se trata de um vírus, é importante que o indivíduo não tenha baixa resistência imunológica, alimente-se e durma bem, consuma complementos vitamínicos e outros. O mesmo vale para outras doenças que podem ser transmitidas pelo beijo, como tuberculose, hepatite e sífilis. “Uma higienização oral frequente ajuda a evitar outros problemas, como a transmissão de cárie, que também se aproveita da troca de salivas”, revela Leonardo Lara.

Sexo oral e DSTs
Se o beijo pode ser uma via de transmissão de doenças, o sexo oral, pelos contatos mais íntimos entre os organismos envolvidos, é uma via expressa, deixando o corpo à mercê de uma série de riscos. O cirurgião-dentista é capacitado para diagnosticar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) na cavidade bucal, prestando os primeiros esclarecimentos e encaminhando o paciente ao tratamento adequado. “É importante que o sexo oral também seja praticado com camisinha, porque os riscos de contágio dessa doença são grandes”, aconselha.

Outras doenças que podem ser mais facilmente transmitidas por via oral são a gonorreia, caracterizada por vermelhão, ardência e prurido na mucosa, e a sífilis, ferida indolor no lábio ou língua. Além dos cuidados antes selecionando bem o parceiro e durante usando preservativo, é importante não descuidar depois. A visita regular ao cirurgião-dentista pode ser decisiva por facilitar o diagnóstico precoce de diversas doenças relacionadas à cavidade bucal.

Cárie

Acredite se quiser, a cárie que você evita no dia a dia com a higiene bucal, também pode ser transmitida por meio do beijo. Dos males, o menos ruim, né? Mas, capriche na escovação e no fio dental e, caso necessário, trate antes que ela complique e seja preciso um tratamento de canal.

Abuso de Álcool e consumo de drogas

Além do prejuízo mais óbvio, por assim dizer, como a desidratação do corpo e o mal-estar no dia seguinte, o álcool também é prejudicial à saúde bucal. Ele pode descamar a mucosa e causar queimaduras. O lança-perfume costuma marcar presença no Carnaval, mas, além de falta de ar e desmaios, pode ser prejudicial à saúde bucal. Corre-se o risco de acabar com queimaduras na boca e sensibilidade dentinária. Já a cocaína, que tem conquistado o público mais jovem, pode causar descamação gengival e erosão nos dentes.

DICAS DE SAÚDE NO CARNAVAL: 

Para prevenir boa parte dos problemas citados acima, você pode seguir dicas simples que fazem toda a diferença:

  • entre as doses de álcool, intercale um pouco de água para não ter mau hálito e não ficar desidratado;
  • leve gomas de mascar sem açúcar na bolsa para aquelas situações em que não dá para escovar os dentes, pois elas neutralizam o pH da boca e disfarçam o mau hálito;
  • não passe muito tempo sem comer e dê preferência a frutas, carnes magras, verduras e legumes;
  • evite as DST’s com o uso de preservativos (sim, mesmo para o sexo oral);
  • mantenha a escovação em dia e use fio dental

Colocando em prática essas dicas de saúde no Carnaval, fica muito mais fácil se cuidar. Mas, na dúvida, vale agendar aquela visita ao cirurgião-dentista, que pode identificar até mesmo as DST’s depois das festas. (Fvia Moreno)

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