Patricia Finotti

Designer gráfico pernambucano inaugura nova fase da carreira com conjunto de obras que

remete à cultura nordestina

PANORAMA

A riqueza cultural de Caruaru é o mote de Turbulência, conjunto de 12 objetos que o designer gráfico Fábio Melo, pernambucano radicado em Goiânia, lança dia 22 de outubro. A partir da data as peças estarão disponíveis com exclusividade em Goiânia na ID+D Identidade do Design.

No dia, aliás, a loja realizará uma mostra a partir das 17 horas, para o lançamento oficial da coleção. Fábio é designer gráfico formado pela Universidade Federal do Pernambuco (UFPE). Estudou ainda Arte e Desenho Publicitário no Atelier Blaise Rossetti, em Paris. Se antes era dono de agência em Recife, em Goiânia está fazendo essa transição para o Design de Produtos. Versátil, ele é ocasional chef de cozinha e cria cães da família dos Galgos.

Processo de criação

Turbulência surgiu a partir de um convite da Zanatta Casa, consagrada marca de cerâmicas. Sempre meticuloso, Fábio desenhou a coleção e foi até a fábrica – em Quintana, interior de São Paulo – para executar os protótipos pessoalmente. Chegando lá, tudo foi descartado. Primeiro motivo: as peças não seriam possíveis com a matéria prima: o barro. Segundo, não era bem o que ele queria.

Em uma atmosfera de certo pânico, Fábio avistou dezenas de galos pelo jardim da Zanatta. Imediatamente, voltou a sua infância quando, aos sábados, acompanhava a avó na feira de Caruaru. Ela voltava cheia de compras, com um funcionário devidamente encarregado de levar o balaio na cabeça. E um galo vivo debaixo do braço. E era o tal galo que deixava desconfortável Fábio, que adiava os passos para não ser reconhecido. Da pequena viagem ao tempo surgiu a luminária Rabo de Galo, com penas desidratadas da ave e primeira peça a se materializar.

Assim nasceu Turbulência, composta de 12 peças que misturam materiais como barro, acrílico, madeira, ferro, fibra e até peças de Lego. “A inspiração é de raiz mas os objetos são absolutamente contemporâneos”. Dessa maneira estão lá a caatinga, os pífanos e, principalmente, Caruaru, sua cidade natal. “À noite, quando iluminada, ela parece um cuscuz.

Foi assim que criei e batizei a peça que leva seu nome”, descreve uma delas. Uma das fortes referências estéticas de Fábio, aliás, vem da cidade. São os ceramistas Vitalino e Galdino, que viveram no bairro do Alto do Moura, local onde está um enorme centro de arte figurativa do barro. (Andrea Regis Gestão de Comunicação)

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