Patricia Finotti

Clenia Marques

Empresários do setor de bares e restaurantes em Goiânia se reuniram e decidiram fazer uma paralisação nesta terça e quarta-feira (dias 9 e 10 de março) nos aplicativos de delivery. Nestes dois dias eles não irão vender seus produtos e estarão totalmente fechados. Participam da ação mais de 50 bares e restaurantes na capital.

Essa manifestação tem como objetivo chamar atenção e mostrar para todos que é inviável os estabelecimentos se manterem somente por aplicativo de entregas. Para o presidente do Sindibares Goiânia, Newton Pereira, empresários entendem o momento crítico na saúde, mas querem que a Prefeitura libere novamente para o cliente poder buscar sua refeição, seja como drive-thru,  take-away ou take-out. “Pedimos também a liberação para reabertura, pelo menos no almoço seguindo todos os protocolos de segurança.”

Apesar dos aplicativos ajudarem como ponte entre clientes e restaurantes, aumentando a demanda em muitos estabelecimentos, proprietários afirmam que esse crescimento não significa lucro. As taxas cobradas pelas plataformas são altas e em muitos casos chega a 30% em cima do valor de cada pedido.

Para o chef Ian Baiocchi, proprietário de cinco restaurantes em Goiânia, e que nesses dois dias estará com suas atividades paralisadas em protesto, afirma que o setor sobrevive de público e sem eles é impossível manter as empresas. “Não temos nenhum auxílio do governo e nenhum respaldo para mais essa crise. E o que é pior é a má gestão pública que coloca na gente toda culpa de todo mal que a Covid está causando”, pontua o chef.

Ian Baiocchi afirma ainda que com as novas regras do decreto a situação ficou ainda pior. “O take Away e retirada é uma das poucas formas de um respiro para empresas, não falo nem lucro, porque período de fechamento é um prejuízo muito grande. O que a gente tenta nesse período é pelo menos manter os empregos, manter as pessoas trabalhando, gerando renda para suas famílias, comendo e apenas sobrevivendo. Se a gente tirar isso deles, principalmente sem nenhum auxílio do governo, como eles vão sobreviver?”

Bares e restaurantes amargam prejuízos desde o início da pandemia e não conseguem mais ficar fechados. Mesmo com pedidos por delivery o valor não cobre os custos de salários, impostos, aluguel, água e energia. Mesmo fechados, os empresários têm contas altíssimas para pagar mensalmente. Um levantamento feito pela Abrasel e Sindibares com seus associados em Goiânia aponta uma queda no faturamento de 80%.

Para o presidente da Abrasel em Goiás, Fernando Machado, a conta não fecha. “Empresários entendem o momento crítico em que vivemos em relação a pandemia, mas o setor está chegando muito perto de um colapso. Se bares e restaurantes continuarem fechados por mais tempo, muitas empresas terão que fechar as portas”, destaca Fernando Machado.

Nestes dois dias os bares e restaurantes participantes vão divulgar em suas redes sociais e nos aplicativos sobre a paralisação. 

SERVIÇO:

Paralisação de restaurantes nos aplicativos de delivery

Data: 9 e 10 de março.

Fontes: Abrasel e Sindibares Goiânia

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