Pamella Cardoso
De forma totalmente remota, ONG que completou 18 anos de atuação em Goiás, em 2020, alcançou 121 municípios
A pandemia acelerou a transformação digital em todo o mundo. Quem ainda não estava operando no ambiente online teve que adaptar-se rapidamente. Para dar seguimento aos seus projetos de educação empreendedora, que estimulam e desenvolvem estudantes para o mercado de trabalho através do método “aprender-fazendo”, a ONG Junior Achievement também precisou rever o planejamento e de uma forma muito rápida, migrou os seus programas para o ambiente digital.
A diretora executiva da JA Goiás, Marisa Brandão, explica que a atuação da instituição no ambiente digital já estava sendo planejada há algum tempo, mas com a pandemia, esse processo foi acelerado. “Para manter nossas atividades, foi preciso reestruturar tudo que estava planejado anteriormente. Mantivemos o conteúdo e abordagem dos programas e intercalamos atividades autoinstrucionais na plataforma, com a mentoria de voluntários online. Com a migração para o digital, nós conseguimos ter um alcance muito maior e agora estamos presentes em cidades que antes da pandemia eram impossíveis, já que demandavam uma estrutura maior para chegar até esses locais”.
No formato presencial a ONG atendia seis municípios e com o novo formato digital foi possível alcançar 121 municípios no Estado, incluindo na zona rural. Para atingir o maior número de alunos, a JA Goiás contou com a parceria da secretaria de educação e secretaria de assistência social entre outras entidades pois, com as aulas presenciais suspensas, os alunos foram recrutados através destes parceiros e das redes sociais. “Foi um grande desafio. Os alunos atendidos este ano foram da rede pública, sabemos das dificuldades com relação ao acesso à internet entre outras variáveis de grande impacto na vida destes jovens, portanto, foi também uma vitória percebemos uma dedicação maior dos alunos para finalizarem todos os módulos”.
Programas em destaque
Um dos destaques neste ano foi o programa desenvolvido em parceria com a Microsoft, Meu Primeiro Site, que apresentou conceitos e ferramentas de habilidades necessárias para a criação de seu primeiro site. Os participantes conheceram os fundamentos do pensamento computacional e da estrutura cliente-servidor, participaram de aulas dinâmicas dentro do ambiente virtual do jogo Minecraft e aprenderam noções de HTML e CSS, duas das principais linguagens de programação. Em Goiás, 198 alunos concluíram o programa.
O programa Innovationn Camp também foi realizado neste ano de forma virtual em parceria com as empresas Caramuru Alimentos , Grupo STA – Soluções Tecnológicas Agrícolas e as Escolas do Sesi. O programa tem o objetivo de promover uma jornada de inovação focada em desing thinking, para que os jovens cheguem a uma solução inovadora para um problema proposto pela empresa parceira. Durante o processo, os alunos contam com a ajuda de mentores e voluntários que auxiliam durante o desenvolvimento da ideia.
No programa JA Startup, realizado em parceria com a Starse, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer conceitos, ferramentas e desenvolver habilidades necessárias para transformar a sua ideia em uma startup de alto impacto. Neste projeto, os jovens aprendem sobre empreendedorismo, inovação, tecnologia.
Marisa ressalta que o grande sucesso para a realização desses projetos em meio à pandemia deve-se ao comprometimento dos parceiros e voluntários. “Somos uma ONG e vivemos de doações, e as empresas que nos apoiam, entenderam esse momento e continuaram com os incentivos aos programas. Também contamos com uma rede especial de voluntários que se dedicam a compartilhar o conhecimento com os nossos jovens. Foi um período muito desafiador para todos, mas conseguimos nos reinventar e chegar até os alunos interessados. Para o próximo ano, a expectativa é trabalhar no formato híbrido, para que possamos atender a demanda das escolas e alunos, teremos os programas disponíveis no formato presencial e online”, finaliza.