Encontro de escritores replicou reunião histórica acontecida há mais de dois séculos que serviu de base para obras como os clássicos: Frankenstein e The Vampyre.
Em julho, 18 escritores – vindos de várias partes do país – se trancaram numa casa (Rádio Geek), em São Paulo, e durante uma fria noite, se dedicaram a escrever histórias de terror e suspense. Dessa experiência nasceu o livro Confinados: contos de uma noite de horror. O encontro foi promovido pela recém-criada Associação Brasileira de Romance de Suspense e Terror (Aberst).
A reunião de julho tentava replicar uma outra famosa acontecida em 1816 na mansão Villa Diodati, de Lord Byron. Naquela ocasião, com tempestades do lado de fora, os integrantes conversavam sobre fantasmas, ciência e literatura. A tensão sexual entre eles, os demorados debates regados a vinho, e a especulação sobre forças naturais e sobrenaturais foram a base para histórias escritas pelos participantes, como “Frankenstein”, de Mary Shelley e “The Vampyre”, de John Polidori, que serviu de inspiração para Drácula, de Stoker.
Confinados é carregado de tramas com altas doses de medo, terror e suspense. Dezoito textos criados para apresentar algumas das piores facetas do ser humano. Mas também para desmitificar o mal como um elemento externo ou distante. O leitor verá que a maldade pode estar ao seu lado ou nele mesmo.
Design
Para compor a obra, o designer Francisco Martins, da Project Nine, idealizou uma capa que refletisse o mesmo confinamento noturno que autores se propuseram. Assim, o livro, quando fechado, se torna uma obra escura, nem mesmo o título aparece. A orelha virada para fora ajuda a completar o visual de reclusão. (Katiuscia Zanatta / Planta e Cresce)