Patricia Finotti

Telas de Siron Franco e Menelaw Sete na Casa da Dina
Telas de Siron Franco e Menelaw Sete na Casa da Dina

Por muito tempo, quando se pensava em arte logo nomes de artistas internacionais vinham à cabeça dos brasileiros.  Isso acontecia em decorrência da forte influência que o Brasil sofreu, por séculos, da cultura europeia. Com a chegada da família real portuguesa, a pedido do rei, um grande acervo de telas e esculturas veio a navio para o novo palácio em terras tupiniquins. Porém, o que não imaginavam é que, apesar de acreditarem estar descobrindo novas terras, o país já tinha gente, cultura e alma.

O Brasil possui vários sítios arqueológicos espalhados pelo território e que guardam memórias e expressões do período denominado Pré-histórico brasileiro. A arte indígena é outra manifestação brasileira rica e que, apesar da diminuição significativa dos índios no país, sua cultura se mantém viva e forte. O barroco no nacional, influenciado pelo catolicismo europeu, embora tenha tido raízes diretamente ligadas ao barroco europeu, foi uma das primeiras expressões artísticas brasileira no período do Brasil Colônia, e a partir daí começaram a se destacar nomes de grande importância para a arte da pátria.  Em nível regional, grandes nomes do estado de Goiás também se destacam neste e em outros estilos, como o pirenopolino Veiga Valle, Antônio Poteiro, D.J de Oliveira, Ana Maria Pacheco e outros.

Depois do cenário artístico construído de forma lenta no Brasil, atualmente o país atingiu a maturidade artística e exporta arte para galerias do mundo todo. Um passeio pela CASA COR Goiás 2016 pode ser considerada uma das melhores formas para conhecer alguns dos aclamados e talentosos artistas brasileiros. A arquiteta participante da mostra Josy Bradstetter explica que, junto de seu sócio, Denis Rezende, a escolha da utilização de obras regionais é proposital. A escolha deles são as obras de Sandro Gos, que impregna personalidade no hall de entrada. “Tem muitas obras de arte boas aqui e valorizá-los faz parte do conceito do nosso trabalho”, explica Josy.

Outro ponto positivo da utilização da arte nacional que pode ser destacado é a questão econômica. Importar produtos de qualquer espécie requer o pagamento de tarifas alfandegárias e, para André Lenza, arquiteto responsável pelo Studio 777, em ano de recessão econômica, obras de arte estrangeiras são pedidas pouco vantajosas pelo alto custo, dificuldade de negociação e demora na entrega. O espaço do arquiteto está recheado de arte goiana, como a tela de Marcelo Solá e as fotografias exclusivas de Naldo Mundim.

Na Casa da Dina, as telas de Siron Franco e Menelaw Sete posicionadas de forma paralela são destaques do espaço. A profusão de cores e as emoções dos quadros realçam o ambiente que carrega o estilo rústico sofisticado.  No Café da mostra, os traços despreocupados de Sandro Tôrres colorem o ambiente naturalmente sóbrio. A delicadeza das linhas de costura de Marlan Cotrim em livros e folhas mostra a sensibilidade imprimida em meio a tijolos originais do prédio, no Lar Office Lar.

A composição de cada ambiente exige dos arquitetos e decoradores um olhar atento sobre as produções dos melhores artistas brasileiros e goianos. Os espaços criados para a mostra também são embelezados por quadros, esculturas e telas dos artistas Pitágoras, Gianotti, Marcus Camargo, Homero Maurício, Rogério Mesquita, Iêda Jardim, que enriquecem a decoração e dão personalidade aos ambientes, podendo ser admirados por todos os visitantes. Durante a visita, é possível descobrir de forma individual uma a uma das inúmeras obras de arte presentes na mostra.

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