
Marcus Vinícius Beck
O festival “A Moda é Viola” traz a partir desta quinta-feira (9) músicos consagrados no cenário local e nacional em apresentações no Centro Cultural da UFG (CCUFG) e Teatro Goiânia. Com a participação de André Abujamra, um dos artistas mais multifacetados que têm trabalhos no cinema, no teatro e na televisão, o grupo Moda de Rock abre o evento, às 20h, num show em que também será lançado o disco “Brasil, cujo single “Medo” está disponível no streaming. A entrada é franca.
“A Moda é Viola” trará ainda como atração um Recital Didático com o violeiro João Paulo Amaral, no dia 10, às 10h30, no Miniauditório da Escola de Música (Emac) da UFG. Além de João Paulo, vai rolar, no mesmo dia, às 20h, no CCUFG, show dos músicos Adiel Luna (PE) & Levi Ramiro (SP) e também Almir Pessoa com participação do Grupo 10 Cordas (GO), apresentando o concerto “Rodas de Violeiro”.
O festival espalha música brasileira instrumental e cantada no dia 11, às 20h, com Letícia Leal (BH) num show em que o convidado será Rodrigo Salvador (BH) para a apresentação chamada “Brasilidades”. Já Conversa Ribeira (SP) sobe ao palco para tocar “Do Verbo Chão”. Em 12 de junho, dessa vez mais cedo, às 17h, acontece Camerata Caipira no show e oficina “Cadê o Bicho que Tava Aqui? Para crianças de 0 a 100 Anos”. Essas apresentações ocorrem no CCUFG e, vale lembrar, são de graça.
Para fechar, o Teatro Goiânia recebe o espetáculo circense “Causos de Voos e Risco”, de Gabriel Coelho, com trilha sonora ao vivo tocada pelo violeiro Pedro Vaz, que também é idealizador de “A Moda é Viola”. “O festival “A Moda é Viola” surgiu do anseio de amigos violeiros que perceberam a necessidade de movimentar a cena ligada à viola caipira e sua tradição, fazendo eventos, formando público e apresentando a ele uma riqueza cultural e artística ligada à enorme diversidade da viola.”
O primeiro festival, realizado em 2015, surgiu de uma oportunidade de fazer três noites no Teatro da Caixa em Brasília, de forma independente, cobrando bilheteria e se organizando por meio de conversas com os violeiros para apresentar uma programação diversa, na qual exalta-se as vertentes. Dois anos depois, com a Lei de Incentivo Municipal à Cultura de Goiânia e com apoio do Sesc em duas noites no Teatro Sesc Centro em Goiânia, houve a segunda edição do evento.
Ainda no mesmo ano, informa Vaz, foi aprovado o edital da Lei de Incentivo à Cultura do Estado de Goiás, com data de 2018, mas a verba só foi liberada no início desse ano. Mas essa será a maior edição e, além de um line up que traz artistas renomados, também tem espaço para artistas que ainda não têm uma carreira de sucesso tão notória. “A ideia é mesclar artistas de médio porte e nomes mais consagrados, dando oportunidade também para artistas ainda emergentes”, afirma Vaz.
Independência preservada
Nesta terceira edição, após resistir e até entrar num hiato após a primeira edição, o festival traz instrumentistas e bandas como André Abujamra, Conversa Ribeira e Moda de Rock, mas ainda assim preserva-se a independência para mostrar algo que não está tão à vista de um público amplo. Serão quatro noites com um número maior de atrações, havendo um dia especial para crianças, a fim de mostrar às novas gerações a viola como um elemento importante da música popular brasileira.
Uma outra ação que o festival contemplará é a oficina de viola. Segundo Pedro Vaz, idealizador, a ideia é fomentar a formação entre os interessados em aprender ou aprimorar técnicas desse instrumento. O investimento é de R$ 40. Além do recital didático, que acontece na Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) da UFG, houve também na Mandala Cervejaria uma roda de violeiro com a participação de Vaz, Alexandre Nonato e Paula de Paula, conhecida pelos seus trabalhos junto da Erotori e também por ter participação de festivais como Juriti.
“É um festival importante para que possamos mostrar a viola e sua cultura na pluralidade, num lugar tão importante para a música caipira e sertaneja como Goiânia, sem cair, contudo, no estereótipo da música sertaneja mais comercial, mais romântica ou universitária, enfatizando um certo orgulho em ser goiano, em ser de origem caipira-rural com as belezas que isso carrega, sem ser piegas ou cair em um preconceito raso de que o caipira é chucro e que não é cool, que não é legal”, antecipa Vaz.
Para o violeiro Almir Pessoa, que sobe ao palco do Centro Cultural da UFG nesta sexta-feira, 10, às 20h, ‘A Moda é Viola’ – por ser uma iniciativa de jovens – começa bem. “Ajuda a expandir a consciência. É uma galera de mente aberta. Eu, lisonjeado pelo convite, afirmo que o público pode esperar um show-man com pitadas de experimentalismo e misturas de música eletrônica ao som da vitrola”, afirma Pessoa, que é autoridade em Goiás quando o assunto é viola.
SERVIÇO
A Moda é Viola
Quando: de quinta (9) até quarta (15)
Onde: Centro Cultural da UFG e Teatro Goiânia, encerramento
Entrada franca