Wilson Giustino, presidente do CEBRAC, fala sobre como investir no próprio negócio e obter êxito na empreitada, mesmo em um cenário de crise.
Empreender em um momento de crise parece algo bastante arriscado. No entanto, como sugere um tradicional provérbio chinês, crise e oportunidade podem ser faces da mesma moeda. Certamente, em uma fase em que o cenário econômico é pouco favorável, os cuidados devem ser redobrados, porém o sonho de investir no próprio negócio não pode sucumbir a uma situação pontual. “Já sobrevivi a outras crises econômicas e políticas tão ou mais severas quanto a que estamos vivenciando na atualidade. Foram tantos planos econômicos pelos quais passei nessa vida que já perdi a conta”, diverte-se Wilson Giustino, presidente do CEBRAC, o Centro Brasileiro de Cursos, rede de franquias especializada em educação profissionalizante.
Segundo o empresário, para alcançar o sucesso neste universo é preciso ter resiliência para enfrentar os desafios que a atividade impõe. “Aos 20 anos resolvi abrir o meu primeiro negócio: uma fábrica de joias para fornecer produtos para comércios de familiares. Porém, por conta de um assalto, decidi mudar de rumo. Na época, o roubo me causou um prejuízo de cerca de R$ 1 milhão em peças e ouro”, relembra. “Nessa época, lá pela década de 1980, surgiu uma oportunidade para me tornar um vendedor de cursos de informática. Traumatizado, abracei a ideia, mas foi por conta desse emprego que o CEBRAC surgiu. O empreendedorismo sempre esteve dentro de mim”, conta com saudades. (Gisele Gomes)
Agora, Giustino dá 7 dicas para quem deseja empreender, mas ainda está inseguro com a decisão. Confira:
1 – Descubra se você realmente deseja ser seu próprio patrão
Para investir em seu próprio negócio é preciso, além de iniciativa, muita perseverança e não temer correr riscos. O empreendedorismo é uma chama que está dentro do indivíduo, mas precisa ser aperfeiçoada com capacitação e atualização constantes. Nesse sentido, aprender a planejar e desenvolver o espírito de liderança são condições sine qua non para o êxito. “Nem todos estão dispostos a se entregar integralmente a um projeto profissional e ser empresário exige essa postura, é quase um sacerdócio, principalmente quando se está iniciando. Sempre digo que também é possível canalizar estas habilidades para o mundo corporativo e galgar boas posições sem se tornar o próprio patrão”, aconselha. “Devido à crise, muitos estão encontrando no empreendedorismo uma opção do emprego. Este movimento pode ser bastante frustrante para aqueles que não são empreendedores de verdade”, complementa Giustino.
2 – Opte por um setor que esteja alinhado aos seus valores e gosto pessoal
Aqueles que montam uma empresa seguindo uma moda ou porque acreditam que é um segmento que apresenta retorno financeiro certo e rápido estão fadados ao fracasso. “Eu, por exemplo, escolhi a educação, pois amo o setor e acredito que a minha atividade pode transformar o mundo. Com uma educação de alto nível é possível modificar o destino de uma pessoa, é isto é realmente mágico”, explica.
3 – Estude
Antes de se estabelecer, estude o segmento, os concorrentes, avalie criteriosamente pontos comerciais e mapeie possíveis clientes. E se for optar por uma franquia, entenda a missão, valores e filosofia da marca, converse com franqueados e consumidores, a fim de checar a satisfação dos mesmos com a rede, e, sobretudo, observe detalhadamente os investimentos, taxas e tempo de retorno.
4 – Você não consegue nada sozinho
Tomada a decisão, saiba que 90% do seu sucesso é proveniente da escolha de uma equipe engajada e de uma rede de contatos realmente abrangente e eficaz.
5 – Paciência
Nem sempre o retorno financeiro é rápido. Portanto, antes de abrir a sua empresa, planeje-se. “Ter uma reserva financeira é essencial, afinal o empresário precisa sobreviver até que o novo projeto realmente engate”, alerta.
6 – Aposte em um diferencial
Para se tornar um player ou uma referência inspiradora, crie um diferencial e aposte nele. “O preço baixo pode conquistar um cliente, porém só a qualidade o encanta e o fideliza”, ressalta o presidente do CEBRAC.
7 – Não desista
O empresário, principalmente no Brasil, deve ser um forte e não desistir nas primeiras dificuldades ou pequenos fracassos. “Além dos percalços inerentes à atividade, a legislação e a carga tributária do País não são nada fáceis”, finaliza Giustino.