Ana Paula Mota
Ao todo são 4 episódios que contarm a história de Marabel, uma menina de 11 anos que tinha como costume arrancar os pelos que apareciam no queixo de sua mãe e colocá-los em uma pequena caixinha, enquanto ouvia as inúmeras histórias contadas por ela. Dirigido por Izabela Nascente e produzido ao longo do último ano, o espetáculo Barbas aborda a aceitação da morte e a depressão. Os quatro episódios da websérie ficarão no ar até o dia 1º de agosto no canal do YouTube da Companhia. O projeto conta com fomento do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás. A produção audiovisual é da Balaio Produções.
A apresentação da websérie foi dividida em quatro episódios, estreiados em dias diferentes, começando no dia 3 de julho. A companhia ainda ofereceu uma agenda de atividades para compartilhar o processo de produção desse trabalho com o público. Está disponível no site da companhia uma exposição com fotos que retratam a execução desse trabalho. No dia 30 de junho foi lançado o documentário que registrou todas as etapas do processo de “Barbas”, e ao longo do mês de julho a Nu Escuro ainda ofereceu lives no Instagram com integrantes da companhia e convidados que refletiram sobre os temas abordados pelo espetáculo.
O espetáculo
Em cena, Izabela Nascente, Adriana Brito e Lázaro Tuim contam a rotina de Marabel, uma menina em plena fase de descobertas sobre a vida, seus medos, prazeres, vergonhas, e tudo mais que há para saber. Um dia, porém, esse cotidiano é abruptamente quebrado pela morte de sua irmã. Marabel vê sua mãe adoecer e quando menos espera ela também se percebe entrando em um profundo estado de tristeza, de desânimo, de melancolia. Abatida, então, pela depressão, a menina, em busca de refúgio, se transporta para um lugar muito diferente. Algo que poderia ser entendido como uma outra dimensão. Um local que outrora foi chamado de Freak, ou, em português, aberrações, onde tudo lhe parecia mais bonito e interessante.
Lá ela encontra uma personagem chamada Julia Pastrana, que lhe apresenta uma nova forma de olhar o mundo, com corpos e ideias desviantes. Um jeito de ser e de existir, que para aquela comunidade era muito mais artístico, divertido e feliz, do que o universo de onde vinha a tal menina. Decorridas as novas experiências, e transformada também em uma das artistas deste mundo imaginado, Marabel decide voltar para casa e mostrar o que ela viu e aprendeu. A jovem, então, com muitas trapalhadas cênicas, consegue tirar um sorriso do rosto cheio de pelos de sua mãe. Naquele instante, o cotidiano adquire alguma leveza, e os olhos de Marabel podem novamente contemplar a perspectiva de alguma felicidade.
O novo espetáculo da companhia goiana que já acumula 25 anos de estrada nasce a partir de três pilares: de uma pesquisa de oito anos e histórias de vida de Izabela Nascente; da marca e identidade consolidadas da Nu Escuro; e da reinvenção da companhia, que adaptou seu fazer artístico em um ano pandêmico.